Informações de uma “caixa negra” recuperada após a queda do Boeing 737-800 na China, que vitimou 132 pessoas, sugerem que uma pessoa na cabine tenha causado deliberadamente o acidente, revelou hoje o Wall Street Journal.
Citando fontes ligadas à avaliação preliminar realizada por autoridades norte-americanas, o jornal avança que os dados recolhidos da “caixa negra” apontam que uma pessoa ativou os comandos que causaram a queda do aparelho da companhia China Eastern.
“O avião fez o que foi dito para fazer por alguém na cabine”, disse uma das fontes do Wall Street Journal, sublinhando que as autoridades chinesas não tinham alertado até agora sobre quaisquer problemas mecânicos ou de controlo do voo do aparelho.
De acordo com o diário, citado pela agência de notícias francesa AFP, as autoridades norte-americanas estão a virar as atenções para as ações de um piloto, com a possibilidade de uma terceira pessoa ter entrado na cabine.
De referir que o Boeing 737-800 da companhia China Eastern Airlines, com a matrícula B-1791, da China Eastern Airlines com 132 a bordo, que estava a realizar o voo MU5735 com 132 pessoas a bordo, caiu perto da cidade de Wuzhou, na região autónoma de Guangxi, no dia 21 de março, às 14:38 horas locais (07:38 em Lisboa)
O voo descolou da cidade de Kunming, na província de Yunnan, sudoeste da China, com destino final em Cantão, sul do país.
Um controlador de tráfego aéreo tentou entrar em contacto com os pilotos várias vezes, depois de ver a altitude do avião cair drasticamente, mas não obteve resposta, disse Zhu Tao, diretor do Escritório de Segurança da Aviação da Autoridade de Aviação Civil da China.
De referir que após este acidente, a China Eastern Airlines colocou no chão todos os seus aviões modelos Boeing 737-800, uma medida que foi tomada por “razões de segurança”.
A Administração da Aviação Civil da China, que está oficialmente encarregada da investigação, afirmou num comunicado no final de abril que ter elaborado um relatório preliminar sem fornecer detalhes sobre o que poderia ter causado o acidente.
Conforme exigido pelas regras internacionais da aviação, representantes do Gabinete de Segurança dos Transportes dos EUA estão a prestar assistência técnica.
A Boeing recusou-se a comentar, argumentando que apenas a autoridade encarregada da investigação em curso pode comunicar o seu progresso.
No comunicado no final de abril, a Administração da Aviação Civil da China garantiu que as qualificações da tripulação e do pessoal de manutenção do avião estavam “em ordem”, bem como o certificado de aeronavegabilidade do aparelho.
A China Eastern já tinha afirmado anteriormente que o piloto e os dois copilotos não estavam sob suspeita e as autoridades chinesas impuseram um controlo rigoroso das informações em torno do desastre.