O Grupo SATA apresentou esta sexta-feira, 20 de setembro, os resultados do primeiro semestre.
No primeiro semestre de 2024, o Grupo SATA transportou 1,174 milhões de passageiros, correspondendo a mais 166 mil passageiros (+16%), quando comparado com o período homólogo. A capacidade disponibilizada registou um aumento de 13% versus o primeiro semestre de 2023, traduzindo-se num incremento geral da taxa de ocupação média (load factor) do Grupo em 2,6 p.p, cifrando-se em 78,6%.
O crescimento contínuo das receitas mantém-se em 2024, atingindo cerca de 180 milhões de euros, o que representa um aumento de cerca 32 milhões de euros (+22%) quando comparado com o período homólogo de 2023.
No entanto, a pressão sobre os custos fez recuar o EBITDA para 6,5 milhões negativos, que compara com os 3,6 milhões de euros positivos verificados no primeiro semestre de 2023. O Resultado Líquido do Grupo SATA foi afetado pela pressão provocada pelo aumento dos custos operacionais, bem como nos gastos financeiros, fixando-se nos 45 milhões negativos.
SATA AIR AÇORES REGISTA AUMENTO DE RECEITA E DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS. APESAR DE CONSTRAGIMENTOS OPERACIONAIS, RESULTADO LÍQUIDO APRESENTA MELHORIAS, FRUTO DA REDUÇÃO DOS GASTOS FINANCEIROS
A SATA Air Açores transportou 427 mil passageiros, +6% face ao 1º Semestre de 2023, tendo sido atingido um load fator de 74,5%, superior ao load factor do período homólogo (70,6%).
A receita no 1º Semestre de 2024 atingiu os 51,4 milhões de euros (mais 6,1 milhões de euros quando comparado com o 1º Semestre 2023, +13,4%).
O Resultado Operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi negativo em 1,2 milhões de euros, que compara com os 0,1 milhões negativos verificados no 1º Semestre de 2023.
O Resultado Líquido no 1º Semestre de 2024 foi negativo em 9 milhões de euros, que compara com um resultado líquido negativo de 11,4 milhões de euros no período homólogo.
A SATA Air Açores apresentou um total de receita no 1º Semestre de 2024 de 51,4 milhões de euros, representando um acréscimo de 13,4% face ao 1º Semestre de 2023. Este acréscimo de receita reflete o aumento do número de passageiros transportados, +23 mil passageiros (+6%) face ao 1º Semestre de 2023. A taxa de ocupação média dos voos (load factor) teve um aumento quando comparado com o período homólogo, tendo sido de 74,5% no 1º Semestre de 2024, +3,9 p.p. face ao 1º Semestre de 2023.
Os custos operacionais no acumulado do 1º Semestre de 2024 totalizaram 52,7 milhões de euros, +16% que o verificado no período homólogo, devido sobretudo ao aumento de i) custos com pessoal, decorrente do aumento do número de efetivos e das valorizações salariais sendo em parte associadas aos novos acordos da Empresa; ii) custos com irregularidades / indemnizações e ACMI; iii) custos diretos, nomeadamente, combustível, taxas, catering, etc.; e iv) gastos com manutenções de aeronaves, fruto de eventos de manutenção não programada sobre a frota da companhia.
Verifica-se, assim, que o incremento dos custos operacionais resultou, por um lado, de fatores relacionados com a atividade operacional da empresa (ACMI’s, irregularidades e manutenção), e, por outro, de factores referentes ao acréscimo de custos decorrente do enquadramento macroeconómico internacional em que a SATA Air Açores se move, tornando-a vulnerável à evolução dos custos de alguns fornecimentos e serviços externos que dificilmente consegue mitigar, nomeadamente os custos com combustíveis.
Considerando o aumento dos custos superior à receita, assistiu-se a uma deterioração do resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) face a 2023. No 1º Semestre de 2024 o EBITDA foi negativo em 1,2 milhões de euros, que compara com 55 mil euros negativos no 1º Semestre de 2023.
Os resultados operacionais foram amplamente afetados pelas irregularidades (indemnizações + ACMI’s) verificadas no primeiro semestre de 2024. Excluídos esses impactos, a SATA Air Açores teria alcançado um resultado operacional muito semelhante ao ano anterior.
O resultado líquido, por sua vez, registou melhorias comparativamente ao período homólogo, sobretudo devido à redução do impacto dos encargos financeiros nas contas da companhia (resultado da amortização antecipada dos 60 milhões de euros em setembro de 2023).
No 1º Semestre de 2024, a SATA Air Açores apresentou um resultado líquido de 9 milhões de euros negativos, que compara com os 11,4 milhões de euros negativos em igual período do ano transato.
SATA INTERNACIONAL – AZORES AIRLINES OBTÉM RECEITAS 135 MILHÕES DE EUROS. CUSTOS OPERACIONAIS IMPACTAM NEGATIVAMENTE OS RESULTADOS
No 1º Semestre de 2024, foram transportados 747 mil passageiros, +24% face ao 1º Semestre de 2023, com um load fator de 81,1% (+1 p.p. face ao 1º Semestre de 2023).
A receita totalizou 135,5 milhões de euros (+24,4 milhões de euros quando comparado com o 1º Semestre de 2023).
O Resultado Operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) fixou-se em 4,9 milhões de euros negativos.
O Resultado Líquido no 1º Semestre de 2024 foi negativo em 37,8 milhões de euros.
No 1º Semestre de 2024, a Azores Airlines atingiu os 135,5 milhões de euros de receita, +22% quando comparado com o 1º Semestre de 2023. Este crescimento deveu-se a um conjunto concertado de iniciativas operacionais e comerciais e de apostas em novas rotas. Verificou-se não só a consolidação das rotas da América do Norte como também o sucesso das novas rotas, como Ponta Delgada – Milão e Ponta Delgada – Faro, ainda que a operação se tenha iniciado apenas em junho (sendo de esperar um maior impacto nos restantes meses de verão).
Na sequência deste esforço operacional e comercial, a Azores Airlines atingiu, no 1º Semestre de 2024, um volume de 747 mil passageiros transportados, +24% quando comparado com o 1º Semestre de 2023. O aumento do tráfego foi impulsionado pelo aumento da conetividade dentro da rede, pelo maior número de rotas operadas, pela inclusão de aeronaves de maior dimensão na exploração de algumas das referidas rotas e beneficiando da maior notoriedade da Azores Airlines em mercados estrangeiros e forte procura por parte dos passageiros na América do Norte.
Apesar do forte impulsionamento das receitas, o 1º Semestre registou igualmente um crescimento dos custos operacionais, em consonância com vários outros players de mercado.
Após um 1º Trimestre muito marcado por irregularidades provocadas sobretudo por questões meteorológicas e atrasos na entrega de aeronaves que estavam em manutenção, a Azores Airlines verificou um início de 2º Trimestre igualmente desafiante, especialmente devido a irregularidades provocadas por eventos de manutenção não programados, originando um aumento de custos com indemnizações e irregularidades de +868 milhares de euros, +44,1%, face ao período homólogo.
Excluindo os custos mencionados acima, os fornecimentos e serviços externos aumentaram devido a i) gastos com combustíveis, através do efeito conjunto do aumento do preço e aumento de consumos; ii) gastos com ACMI (aluguer de aeronave, tripulação, manutenção e seguros), fruto do início da exploração da operação programada de verão e da contratação deste tipo serviço para colmatar falhas na frota e garantir o serviço ao passageiro; e iii) gastos com manutenção. Os custos com pessoal também aumentaram, devido ao aumento da atividade operacional conciliada com os impactos dos novos acordos da Empresa que entraram em vigor a partir de 1 de abril de 2024.
Assim, à semelhança da SATA Air Açores, verifica-se que o incremento dos custos operacionais da Azores Airlines resultou, por um lado, de fatores relacionados com a atividade operacional da empresa (aumento de atividade, ACMI’s, irregularidades e manutenção), e, por outro, de factores referentes ao acréscimo de custos decorrente do enquadramento macroeconómico internacional em que a Azores Airlines se move, tornando-a vulnerável à evolução dos custos de alguns fornecimentos e serviços externos que dificilmente consegue mitigar, nomeadamente os custos com combustíveis.
No caso concreto da Azores Airlines, verifica-se um facto que poderá justificar a redução da rentabilidade verificada no 1º Semestre, nomeadamente o facto de a companhia ter incrementado de forma muito expressiva a sua oferta em algumas rotas novas que, sem prejuízo do aumento verificado em termos de passageiros, carece ainda de um grau de maturidade que permita manter ou incrementar o nível de rentabilidade, facto que se espera que venha a acontecer no próximo semestre.
Os resultados operacionais acumulados do 1º Semestre foram negativos em 4,9 milhões de euros. Os gastos com depreciações e amortizações no 1º Semestre de 2024 sofreram um aumento de + 4,5 milhões de euros (+29%), sobretudo devido à existência de duas novas aeronaves na frota, comparativamente ao período homólogo. Face a este agravamento, os resultados antes de juros e impostos (EBIT) totalizaram 24,9 milhões de euros negativos no acumulado do 1º Semestre.
Os resultados líquidos continuam pressionados pelos elevados gastos operacionais e financeiros, totalizando 37,8 milhões negativos no 1º Semestre.
Estes resultados advêm de um primeiro semestre com bastantes constrangimentos operacionais, conciliados com um aumento dos gastos operacionais (FSE’s e gastos com pessoal) acima do aumento das receitas. Adicionalmente, verificou-se igualmente um aumento dos gastos financeiros decorrente de uma necessidade de reforços de tesouraria com vista a preparar e dimensionar a operação do Verão IATA 2024.