
A Airbus apresentou hoje os seus resultados de 2024, anunciando um lucro líquido de 4,23 mil milhões de euros. Este valor representa um aumento de 12% face a 2023, ficando perto do recorde de 2022.
Consolidated Airbus – Full-Year (FY) 2024 Results (Amounts in Euros)
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No entanto, em termos ajustados – ou seja, excluindo encargos ou benefícios relacionados com movimentos de provisões nos seus programas – caiu 8%, para 5,35 mil milhões de euros.
“Confirmando a forte procura pelos nossos produtos e serviços, atingimos a nossa previsão para 2024, um ano desafiante para a Airbus”, disse no comunicado o presidente executivo da Airbus, Guillaume Faury.
Além disso, a fabricante perdeu 656 milhões de euros de lucro operacional no segmento espacial, no qual enfrenta a concorrência da norte-americana SpaceX do magnata Elon Musk.
Aliás, a Airbus registou uma nova provisão para perdas no valor de 300 milhões de euros em 2024 para a divisão espacial, elevando as provisões neste setor para 1,3 mil milhões de euros em 2024 e para dois mil milhões num período de dois anos.
Face à queda da procura de satélites de telecomunicações, que pesou no desempenho financeiro da empresa, a Airbus anunciou em outubro que iria eliminar 2.500 empregos na sua divisão de defesa e espaço.
Em dezembro, a fabricante decidiu rever em baixa o número de cortes, para 2.043, um processo que se prolongará até meados de 2026 e garantiu que isso será feito com “medidas sociais”, sugerindo que não haverá despedimentos.
O EBIT ajustado relacionado às atividades de aeronaves comerciais da Airbus aumentou para € 5.093 milhões (2023: € 4.818 milhões), com o impacto positivo de entregas mais altas sendo parcialmente reduzido por investimentos para preparar o futuro.
O programa da Família A320 continua a aumentar em direção a uma taxa de 75 aeronaves por mês em 2027. A empresa está agora a estabilizar a produção mensal do A330 para uma média de 4 unidades.
A Airbus refere que está a enfrentar desafios na cadeia de suprimentos, principalmente com a Spirit AeroSystems, que estão atualmente a pressionar a aceleração do A350 e do A220.
No A350, a empresa continua a visar a taxa 12 em 2028 e está a ajustar o calendário para a entrada em serviço da variante cargueira A350, que agora é esperada para o segundo semestre de 2027.
No A220, a empresa continua a visar uma taxa de produção mensal de 14 aeronaves em 2026.
Até ao final de 2025, a empresa planeia entregar 820 aviões comerciais, em comparação com os 766 do ano passado.”Dado o ambiente complexo e em rápida mudança em que continuamos a operar, consideramos que 2024 foi um bom ano”, disse então Christian Scherer, líder da divisão de aviões comerciais da Airbus, em comunicado.

