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A310 CS-TGU – O fim de uma história

 

O A310 CS-TGU da Azores Airlines que estava estacionado há dois anos na placa do Terminal Civil Aeronáutico de Beja, já foi totalmente desmantelado.

De acordo com as informações divulgadas pelo JN, o A310 foi adquirido ao Grupo SATA por uma empresa que lhe retirou os dois reatores – e abandonou a carcaça na placa do TCB. Em abril de 2019, o A310 chegou a ser mudado para as placas da BA11, mas, voltou ao TCB, onde ainda se encontra.

Para trás terá ficado a intenção de um grupo empresarial do Alentejo, com interesses no turismo, em adquirir a aeronave para a transformar em alojamentos personalizados em turismo rural, mas o custo do parqueamento em dívida e o preço de aquisição, a que se juntou a covid-19, tornaram a operação proibitiva.

O desmantelamento de uma aeronave é um processo tido como “muito complexo”. A operação esteve a cargo da Unidade de Beja da AmbiGroup Resíduos e começou coma retirada dos fluidos hidráulicos e o combustível que aeronave tinha nos depósitos. Depois foi a desmontagem das partes móveis e interiores, como “flaps”, “ailerons”, assentos, bagageiras, tapeçaria, vidros e “cockpit”.

Após alguns dias de interrupção, face a problemas burocráticos entre ANA-Aeroportos e o proprietário da aeronave, a fase de corte começou na passada terça-feira e foi dada como concluída três dias depois.

“A operação correu dentro do esperado, tendo existido cuidados redobrados uma vez que a aeronave estava junto às instalações Terminal, e foi importante minimizar todos os possíveis danos no pavimento”, disse ao JN fonte da AmbiGroup. “Já tínhamos desmantelado mais aviões anteriormente, inclusive outro A310 da SATA, nas instalações da TAP, em Lisboa”, acrescentou.

A história do CS-TGU começou a escrever-se em 11 de março de 2018, quando aterrou nas pistas da Base Área (BA) e estacionou na placa do TCB, de onde nunca mais levantou voo já que o objetivo era ser desmantelado.

Em abril de 2019, o A310 chegou a ser mudado para as placas da BA11, mas, voltou ao Terminal, onde ainda se encontrava quando foi desmantelado.

No final do mês de março, a dívida acumulada à ANA pelo “estacionamento” da aeronave rondava os 320 mil euros, tendo a empresa ponderado tomar a posse administrativa do aparelho, caso não conseguisse resolver o problema.

Pelo caminho ficou a intenção de um grupo empresarial do Alentejo, com interesses no setor do turismo, em adquirir a aeronave, para a transformar em alojamentos personalizados em turismo rural, mas o custo do parqueamento em dívida à ANA e o preço de aquisição, a que se juntou a pandemia do covid-19, tornaram a operação proibitiva.

A título de curiosidade o A310 CS-TGU foi o único dos A310 que recebeu um interior novo na sua última grande manutenção, Check C.

Registration Delivery date Airline Remark
TU-TAC 07/02/1991 Air Afrique
CS-TGU 11/06/1999 SATA International Named Terceira
CS-TGU 01/01/2016 Azores Airlines Stored 02/2018

Os voos especiais com A310:

Foi crescente o número de voos especiais realizados pelo Grupo SATA, tanto para efectuar o transporte de equipas desportivas (designadamente, o Benfica) ao estrangeiro, no âmbito de jogos integrados nas competições europeias, ou para transportar o Presidente da República, e comitiva, durante as respectivas visitas de estado a países estrangeiros.

Este facto atesta a qualidade do serviço que a SATA Internacional presta a bordo dos seus aviões, confirmados padrões de segurança por que se rege a respectiva operação e enquadra-se na aposta estratégica da própria companhia de realizar operações de transporte de comitivas para o estrangeiro, actividade que tem permitido levar a marca dos Açores e da SATA a todo mundo.

Assim, a SATA transportaria as equipas do Benfica, do Sporting Clube de Portugal e do Futebol Clube do Porto a três destinos diferentes, no âmbito das competições europeias de 2012 em que participaram. A primeira partiu, a 13 de Fevereiro, para São Petersburgo (S4 9790), a fim de disputar mais um jogo da Liga dos Campeões; a segunda seguiu, um dia depois (S4 9770), com destino a Varsóvia, a fim de realizar o jogo da primeira mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa contra o Légia local; por fim, o voo que transportou a turma nortenha a Manchester, igualmente no âmbito da Liga Europa, teve origem no Porto, a 21 de Fevereiro (S4 9740). Neste último caso esteve em causa o encontro disputado com o Manchester City.

Voando sempre em equipamentos pesados da SATA (A10-300), as equipas mencionadas deslocaram-se, pela ordem anteriormente mencionada: no CS-TKN (Cte Sérgio Oliveira; OP Sandra Coelho; CC Maria Delgado), CS-TGU (Cte Carlos Oliveira; OP Tiago Pissara; Carla Nascimento) e CS-TGV (Cte Raúl Falcão; OP Luís Granja; CC Margarida Sousa
). Os voos de regresso, que se realizaram a 15, 16 e 22 de Fevereiro com origem em São Petersburgo (S4 9791), Varsóvia (S4 9771) e Manchester (S4 9741), respectivamente, estiveram a cargo as mesmas tripulações, trazendo também, a bordo adeptos de cada uma das equipas contratantes.

 

Em anos anteriores, destaca-se o transporte da equipa e adeptos do Sporting de Braga a Dubim, cidade onde decorreu (a 18-5-2011), no Estádio Arena, a final da Liga Europa de Futebol (S4 9746, CT-TKJ: Cte Alexandre Rodrigues, OP Luís Santos; S4 9742, CS-TKM: Cte António Vieira; OP Rui Santos), bem como, no âmbito daquela mesma competição europeia, o transporte das equipas portuguesas que se deslocaram a Sevilha [F. C. Porto (CS-TGV); S4 9700 (Cte Alípio Barbosa; OP Nuno Bragança)] e a Pozan (Sporting de Braga (CS-TGU); S4 9700 (Cte Gilberto Baptista; OP Luís Martins)]. O encontro entre o Porto e o Sevilha teve lugar a 17 de Fevereiro de 2011 no Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, cabendo, no mesmo dia, à equipa do Sporting de Braga defrontar os polacos do Lech Poznan, referindo-se ambos os jogos à primeira mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa.

Bastante consistente no tempo tem sido a preferência do Benfica pela transportadora SATA nas suas deslocações à Europa. Foi o caso da deslocação da sua equipa principal de futebol a Estugarda (S4 9760), igualmente no âmbito da liga Europa (23-2-2011), efectuada, como habitualmente, em voo de transporte não regular (CS-TKM). A equipa portuguesa defrontou (no dia seguinte) o VFB Stuttgart na Mercedes-Benz Arena, a contar também, para os 16-avos-de-final daquela competição europeia (Cte José Birrento; OP José Faúlha).

Estas deslocações foram procedidas de várias outras da equipa do Benfica, canso concretamente das efectuadas a Dusseldorf (S4 9760/ S4 9761) (Cte Abel Coelho; OP Sandra Coelho) e a Liverpool [equipa: S4 970 / S4 9741 (Cte Miguel Sancho; OP José faria); adeptos: S4 9742 / S4 9743 (Cte José Birrento; OP Sérgio Marques)], para defrontar respectivamente, o Shalke04 (deslocação efectuada a 28-9-2010) e o F.C. Liverpool (jogo efectuado a 8-4-2010). Todos estes voos foram realizados em A310-300 (CS-TKM, CS-TGV e CS-TGU), com regresso a Lisboa após os jogos realizados.

 

A SATA assegurou, também, em A310-300, a deslocação do Benfica a Marselha, a 17 de Março de 2010 (S4 9710), com regresso a 18 (S4 977), no âmbito de mais um jogo da Liga Europa (Cte Miguel Sancho; OP Pedro Gonçalves). Na circunstância, a equipa lisboeta defrontou o Olympique local, no Estádio Velódromo. Esta deslocação fora antecipada, a 17 de Fevereiro, do voo fretado que transportou a comitiva do S.L. Benfica a Berlim (Schoenefeld). Este voo realizou-se, uma vez mais, em A310 (S4 9880), tendo o regresso da equipa a Lisboa ocorrido no dia 18 de Fevereiro (S4 9881), após o encontro com o Hertha local (Cte Jorge Ramalho; OP Carlos Batalha).

Igualmente efectuado em equipamento A310 foi o voo S4 9880, que partiu de Lisboa, a 30 de Novembro de 2009, com destino a Minsk, na Bielorrúsia, transportando a equipa principal do Sport Lisboa e Benfica (Cte Otília Machado; OP Sérgio marques). Nessa altura, o adversário foi o BATE Borisov, campeão bielorrusso à época, também a contar para a Liga Europa. O regresso da equipa Benfica, e respectiva comitiva, à capital portuguesa teve lugar no dia 2 de Dezembro (S4 9881).

No que se refere à selecção nacional, destacamos, de entre os vários voos realizados para diferentes destinos, a deslocação à Noruega (Oslo), no âmbito dos jogos da fase de qualificação do Grupo H para o Campeonato Europeu de Futebol de 2012. A viagem em causa foi efectuada pelo CS-TKM (A310-300), no dia 5 de Setembro de 210 (S4 9780), com partida de Lisboa e escala no Porto (Cte António Vieira, OP João Caiano). A comitiva chefiada pelo vice-presidente da Federação de Futebol, sendo ainda de realçar a particularidade de os jogadores Beto e Miguel Veloso terem tido o privilégio de assistir às operações dos pilotos no interior do cockpit, num gesto de simpatia do PNT da SATA, que foi muito apreciado.

O voo de regresso da Noruega (S4 9781), efectuado após a realização do encontro de futebol entre as duas selecções, teve lugar no dia 7 de Setembro (com partida de Oslo pelas 23:10). Num percurso realizado em rota directa a Lisboa, tendo a viagem sido completada num equipamento de médio curso (A320-200, CS-TKJ). Este voo seria efectuado pelo Cte Timóteo Costa, um histórico da SATA, de origem madeirense, que averbou um longo currículo (de mais de 40 anos) como piloto comercial no ex-ultramar português (DETA e TAAG) e em Portugal (LAR e Air Columbus), antes de ingressar na frota B737 da ainda SATA Air Açores, em Novembro de 1995. Foi coadjuvado, na circunstância pelo OP Mário Mesquita.

Estes voos, realizados em regime charter ad-hoc, com periocidade anual razoavelmente consistente, têm contribuído para mitigar os efeitos da sazonalidade que caracterizam as operações regulares da Empresa. Para este desiderato concorreu a deslocação da Selecção Nacional a Genebra, onde defrontou (a 9-2-2011), em encontro de carácter particular, a selecção nacional da Argentina (voo efectuado a 7-2-2010, com partida de Lisboa: Cte José Sarmento; OP Luís Granja). O regresso da equipa nacional ocorreu a 10 de Fevereiro de 2011 (CS-TGU). (…)

 

Outros voos de transporte não regular têm levado os aviões da SATA Internacional, em diferentes circunstâncias, às mais diversas partes do Mundo. Entre os mais distantes realçamos o voo presidencial efectuado pelo A310-300 (CS-TGU) a Melbourne (Austrália), em maio de 2002, cuja aterragem no aeroporto daquela cidade foi fotografada com dois equipamentos pesados da Malaysia e da Qantas em fundo (Ctes José Gonçalves e Francisco Rodrigues). (…)

Através da SATA, torna-se possível anunciar ao mundo que existimos, mesmo sem referências geográficas concretas para muitos dos que contemplavam os símbolos dos Açores, pela primeira vez, nessas paragens mais longínquas.

Além do voo especial anteriormente referido (à Tailândia, Austrália e Timor, entre 17 e 27 de maio de 2002), avultam, ainda, outros voos de Estado, nesta mesma área de negócios, destinado ao transporte de comitivas oficiais. Um dos mais mediáticos seria aquele que transportou o Presidente da República, Prof cavaco Silva, à República Checa (Praga), por ocasião da sua visita oficial àquele país, que teve inicio a 14 de abril de 2010 (A310-300, CS-TGU). Assim sucedeu porque a interdição do espaço aéreo europeu provocado pelas cinzas vulcânicas vindas da Islândia, a partir de 15 de abril, impediu o Presidente da república voltasse a Portugal no equipamento da SATA Internacional que o transportou, constituindo caso único na história desses voos. Foi atribuído a este voo, à semelhança, aliás, dos demais voos presidenciais efectuados em aviões da SATA, o cal-sign S4 1E (Cte José Gonçalves, Cte Raul Falcão; OP David Nunes)

Ente as viagens presidenciais efectuadas por aeronaves da SATA, destacam-se, ainda, pela sua duração e distâncias percorridas, as realizadas, por este mesmo avião (CS-TGU), ao Canadá, em Maio de 2001, transportando o então Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio e comitiva, até Vancouver, British Columbia (CVR/YVR), e, também à Índia (VIDP/DEL), em Janeiro de 2007, já durante a presidência do Prof. Cavaco Silva, cuja visita a Goa, onde lhe foi outorgado o doutoramento honoris pela universidade local, constitui o ensejo para o regresso de uma aeronave com marcas de matrícula português ao aeroporto de Dabolim (Cte José Gonçalves; Cte Francisco Rodrigues; OP Jorge Estevez). (…)

Outras viagens presidenciais, efectuadas, curiosamente, sempre neste mesmo avião: Novembro de 1999 – PR Jorge Sampaio (México: Ctes José Gonçalves e Francisco Rodrigues), Outubro de 2005 – PR Jorge Sampaio (Bélgica: Ctes José Gonçalves e Francisco Rodrigues); Setembro de 2006 – PR Cavaco Silva (Espanha: Cte José Gonçalves; Cte Francisco Rodrigues; OP Pedro Teixeira); Março de 2009 – PR Cavaco Silva (Alemanha: Cte José Gonçalves; Cte Sérgio Oliveira; OP Duarte Mequelino) e Maio de 2009 – PR Cavaco Silva (Turquia; Cte José Gonçalves; Cte Sérgio Oliveira; Cte António Vieira). Registe.se que as tripulações de cabine (PNC) destes voos são, também reforçadas, embarcando normalmente (no A310), três chefes de cabine e sete comissários/assistentes de bordo em cada uma destas missões.

Entre os chefes de cabine, mais utilizados nestas ocasiões figuram Maria Carreira e Célia Rosa, tendo estado também, ao serviço destes voos, entre outros profissionais no desempenho de idênticas funções: Miguel Henriques, José Lopes, José Humberto, Rosa Lopes, Cristina Santos, Francisco Teixeira e Márcia Teixeira. No que se refere a comissários/assistentes de bordo, as escolhas parecem obedecer à escala normal de serviço para o mês em que os voos são programados, pelo que o pessoal utilizado varia em função daquela (sendo, por isso, raras as vezes em que um mesmo tripulante aparece em dois voos especiais). Deixamos aqui, aleatoriamente, os nomes de alguns dos comissários/assistentes que participaram nestes voos: Sheila Passos, Nelma Mendes, José Paulo, Kathryne Moreira e Márcia Caires, na impossibilidade de os mencionar a todos.

(…)

 

A opção pela utilização sistemática do A310-300 (CS-TGU) da SATA nas viagens presidenciais não teria, contudo, continuidade na visita de Estado a Cabo Verde, iniciada a 4 de Julho de 2010. Tendo a companhia área açoriana sido escolhida, uma vez mais, para transportar o Presidente da República a este país africano, as características desse voo, no que se refere, designadamente às dimensões das pistas de aterragem dos aeroportos visitados, determinariam que a preferência pela aeronave a utilizar recaísse, desta vez, no A320-214 CS-TKO (Diáspora), que viajou para a Cidade da Praia com uma tripulação técnica adequada à circunstância (Ctes Nuno Campo, Timóteo Costa; OP Nuno Ferreira).

Importa realçar que o A320-214 da SATA que transportou o Presidente da República a Cabo verde foi o primeiro avião da Airbus a demandar o aeroporto de São Vicente, efeméride que passou a constar do registo de pista daquela infraestrutura aeronáutica. (…)

 

O A320 da SATA que transportou o PR completaria ainda, um segundo percurso entre as ilhas de Cabo verde, desta vez entre São Vicente e Sal, de onde partiu no voo de regresso a Lisboa, com nova tripulação técnica (Ctes Pedro Pereira e Rui Alves; OP José Cordeiro). Os voos internos, efectuados no arquipélago de Cabo verde, foram, ambos, da responsabilidade da tripulação inicial. Durante as principais pernas dos voos efectuados, o Prof. Cavaco Silva fez questão de cumprimentar o PNT no cockpit do avião.

A utilização de outra aeronave que não o A310 nas visitas presidenciais ao estrangeiro aparentemente não se resumiu à visita de Estado a Cabo verde. Consta que na viagem do presidente Jorge Sampaio a Inglaterra (realizada a Fevereiro de 2002) foi utilizado um B737-300 da SATA Internacional, que viajou, na altura, com uma tripulação técnica constituída pelo Cte Alípio Barbosa, cte Timóteo Costa e OP Nuno Jardim.

(…)

 

Outras particularidades respeitantes aos voos que transportam o presidente da República são a composição das respectivas tripulações técnicas (dois comandantes e um co-piloto) bem como um catering providenciado a bordo, que costuma ser preparado em Ponta Delgada para esse fim e constituído por refeições especiais, geralmente confeccionadas á base de produtos açorianos.