O CEO do Grupo Ryanair, Michael O’Leary, garantiu que a companhia é a única com condições para usar os 18 slots que a TAP Air Portugal tem que ceder este ano em Lisboa, uma vez que a única concorrente, a easyJet, segundo diz, tem vindo a reduzir a sua oferta em Portugal.
A Ryanair acredita que vai ganhar o concurso referente aos 18 slots da TAP, e com isso aumentar a operação em Portugal, passando à frente da britânica easyJet. O presidente da low-cost irlandesa disse hoje que a easyJet, que também está na corrida às faixas horárias de descolagem e aterragem na Portela, no seguimento dos remédios impostos por Bruxelas, não tem condições para vencer.
“Se olharmos para o que a easyJet tem feito nos últimos anos, no inverno reduziu o número de aviões no Porto e fechou também a base de Faro no inverno. Tem os mesmos quatro ou cinco aviões em Lisboa o ano inteiro”, apontou Michael O’Leary em conferência de imprensa em Lisboa, esta quarta-feira, 25.
O CEO da companhia irlandesa disse que a Ryanair, por outro lado, tem investido no país. “Somos a única companhia que demonstrou compromisso em Portugal para operar todos os nossos aviões o ano inteiro. No inverno passado, passámos de quatro a sete aviões em Lisboa, porque tivemos slots nesse período. Esperamos ficar com os 18 slots porque com eles vamos basear mais três aviões em Lisboa. Teremos no total 10 aviões este inverno, e sete aviões no próximo verão”, assegurou.
A Ryanair pretende basear mais três aviões na Portela, com os 18 slots da TAP, adicionando 1,3 milhões de lugares à sua oferta, com mais 31 rotas
O CEO da transportadora aérea de baixo custo voltou a apontar o dedo ao governo português e a acusar a TAP de bloquear os slots que não utiliza no aeroporto de Lisboa, impedindo o crescimento das concorrente
Os dados de tráfego da ANAC relativos a Março indicam 372.213 passageiros para a easyJet Europe, 121.637 para a easyJet Airline e 46.774 para a easyJet Switzerland, o que dá um total de 540.624, quando em 2019, pré-pandemia, estava com 512,9 mil.
Michael O’Leary perspectivou ainda que quando as regras dos slots voltarem ao normal, que obriga as companhias a utilizar 80% dos que têm para não os perder, “a TAP vai perder mais slots e nós queremos ficar com eles e crescer mais aqui na Portela, além da Madeira, Porto e Faro”.