A Airbus SE anunciou que celebrou um acordo vinculativo com a Spirit AeroSystems em relação a uma potencial aquisição de atividades importantes relacionadas à Airbus, notadamente a produção de seções de fuselagem do A350 em Kinston, Carolina do Norte, EUA, e St. Nazaire, França; das asas e fuselagem central do A220 em Belfast, Irlanda do Norte, e Casablanca, Marrocos; bem como dos postes A220 em Wichita, Kansas, EUA.
Com este acordo, a Airbus pretende garantir a estabilidade do fornecimento para os seus programas de aeronaves comerciais através de um caminho mais sustentável, tanto operacional como financeiramente, para os vários pacotes de trabalho da Airbus pelos quais a Spirit AeroSystems é hoje responsável.
A transação cobriria a aquisição dessas atividades. A Airbus será compensada pelo pagamento de US$ 559 milhões da Spirit AeroSystems, por um valor nominal de US$ 1,00, sujeito a ajustes, inclusive com base no perímetro final da transação.
A celebração de acordos definitivos permanece sujeita a um subsequente processo de devida diligência. Embora não haja garantia de que uma transação seja concluída, todas as partes estão dispostas e interessadas em trabalhar de boa fé para progredir e concluir este processo o mais atempadamente possível.
Também a Boeing, vinte anos após a separação da Spirit AeroSystems, que tem tido problemas de produção, vai voltar comprar uma parte da empresa.
Para a Boeing, a transação será feita inteiramente em ações, a um preço de 37,25 dólares (34,66 euros) por ação, avaliando a Spirit AeroSystems em 4.700 milhões de dólares (4.373 milhões de euros), referem os dois gigantes da indústria aerospacial e da aviação.
No caso de incluir a dívida da Spirit, a transação está avaliada em 8.300 milhões de dólares, explicou igualmente a Boeing num comunicado.
A Boeing é o maior cliente da Spirit, com 60% das suas receitas provenientes do construtor de aviões em 2022, incluindo fuselagens.
Mas a Spirit é também um fornecedor estratégico da Airbus, para a qual produz, nomeadamente, componentes para as asas.
“Acreditamos que este acordo é do interesse dos passageiros, dos nossos clientes, dos funcionários da Spirit e da Boeing, dos nossos acionistas e do país”, defendeu o presidente e presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, no comunicado da empresa.
A Boeing e a Spirit AeroSystems confirmaram no início de março que estavam em discussões preliminares para realizarem esta aquisição.
A Spirit AeroSystems, criada em 2005 pela Boeing, é na realidade o resultado do agrupamento de várias das suas atividades numa empresa independente.
Esta empresa e a Boeing têm estado sob escrutínio desde que uma porta da fuselagem do nariz de um Boeing 737 MAX 9 operado pela Alaska Airlines se soltou em pleno voo, em 05 de janeiro deste ano.