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Ryanair anunciou queda no lucro em 18% e que transportou em outubro 18,3 milhões de passageiros


 

O grupo Ryanair anunciou que obteve um lucro líquido de 1.790 milhões de euros no primeiro semestre fiscal (abril a setembro de 2024), 18% abaixo dos 2.108 milhões do período homólogo.

Para além da apresentação dos resultados a Ryanair anunciou que transportou 18,3 milhões de passageiros em outubro, número que traduz um aumento de 7% face aos 17,1 milhões de passageiros transportados em igual mês do ano passado.

Em outubro, a Ryanair operou um total de 103.200 voos e registou também uma ocupação positiva, que chegou aos 93%, valor que permaneceu inalterado face ao apurado em outubro do ano passado.

No acumulado até outubro, a companhia aérea transportou já 194,8 milhões de passageiros, valor que compara com os 180,3 milhões de passageiros transportados até outubro de 2023 e que traduz um crescimento de 8%.

No acumulado do ano, também o load factor dos voos da Ryanair apresentou um comportamento positivo, mantendo-se nos 94%, tal como tinha acontecido até outubro de 2023.

 

Q2 FY24

Q2 FY25

Change

H1 FY24

H1 FY25

Change

Customers

55.0m

59.8m

+9%

105.4m

115.3m

+9%

Load Factor

96%

95%

(1pt)

95%

95%

Ave. fare

€65

€61

(7%)

€58

€52

(10%)

Revenue

€4.93bn

€5.07bn

+3%

€8.58bn

€8.69bn

+1%

Op. Costs

€3.22bn

€3.42bn

+6%

€6.16bn

€6.68bn

+8%

PAT

€1.52bn

€1.43bn

(6%)

€2.18bn

€1.79bn

(18%)

Em comunicado a Ryanair indica que a queda dos lucros, entre outros fatores, deve-se à diminuição do preço médio das suas tarifas aéreas, que caíram 15% e 7% no primeiro e segundo trimestres fiscais, respetivamente, situando-se nos 52 euros no final do semestre, menos 10% do que no exercício anterior.

Em contrapartida, esta estratégia de “estímulo dos preços” levou a Ryanair a transportar 115,3 milhões de passageiros entre abril e setembro, uma subida homóloga de 9%, e a aumentar a faturação em 1% para 8.690 milhões de euros.

Citado no comunicado, o presidente executivo do grupo, Michael O’Leary, recordou que este ano a Páscoa se celebrou no último trimestre do exercício fiscal passado, coincidindo com um período de “pressão sobre as despesas de consumo”, impulsionado por “taxas de juro mais elevadas e medidas de redução da inflação”.

O’Leary referiu-se também à queda das reservas de Verão através das plataformas de viagens ‘online’, o que obrigou a companhia aérea a estimular a sua oferta reduzindo as tarifas.

Como resultado, disse, a Ryanair alcançou “quotas de mercado recorde na maioria” dos seus mercados, embora tenha registado uma ligeira queda em Espanha, o seu segundo maior mercado depois de Itália, onde faturou 1.546 milhões de euros no primeiro semestre, menos 0,3% do que em 2023.

Apesar dos “contínuos atrasos” na entrega de aviões pela Boeing, o presidente executivo da Ryanair Holdings destacou que a companhia registou um novo recorde de tráfego, com 115 milhões de passageiros transportados, enquanto as receitas acessórias – que incluem, entre outras, o embarque prioritário ou o consumo a bordo – cresceram 9% para 2.740 milhões de euros.

“Os custos operacionais também tiveram um bom desempenho, aumentando 8% (abaixo do crescimento do tráfego de 9%) para 6.680 milhões de euros, enquanto as poupanças resultantes da cobertura do combustível [através de contratos de compra a um preço fixo] compensaram o aumento dos custos com pessoal e outros custos causados em parte pelos atrasos da Boeing”, afirmou O’Leary.

A Ryanair tinha 172 unidades de Boieng B737 Gamechangers na frota em 31 de outubro e espera, agora, que as novas entregas do terceiro trimestre caiam para o quarto trimestre devido às recentes greves na Boeing.

A companhia salienta que continua a trabalhar com a liderança da Boeing para acelerar as entregas de aeronaves antes do pico de verão de 2025, apesar do risco de mais atrasos nas entregas permanece elevado. Assim sendo a companhia indica ser sensato moderar a meta de crescimento do tráfego para o ano fiscal de 2026 para 210 milhões de passageiros (anteriormente 215 milhões) para refletir estes atrasos nas entregas, uma vez que é desejo evitar excesso de horários, tripulação e custos excessivos, como aconteceu no verão de 2024.

No exercício fiscal em curso, que termina em 31 de março de 2025, a Ryanair espera transportar entre 198 e 200 milhões de passageiros.