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Justiça francesa reabre caso do acidente aéreo no Egito da Flash Airlines que matou 148 pessoas


 

O Ministério Público francês pediu o julgamento em França do antigo chefe da companhia aérea egípcia Flash Airlines no caso da queda do Boeing 737-300 ao largo de Sharm el-Sheikh, no Egito, em 2004.

No dia 3 de janeiro de 2004, o avião da Flash Airlines que estava a operar o voo 604 despenhou-se no Mar Vermelho, três minutos depois de ter descolado da estância balnear, matando 140 pessoas, 135 das quais franceses, e 13 membros da tripulação.

O inquérito judicial, aberto em Bobigny no dia da tragédia, foi arquivado pela primeira vez em 2017.

As famílias das vítimas recorreram ao Tribunal de Recurso de Paris, que em 2019 ordenou a um juiz de Paris que retomasse a investigação, considerando “insuficientes” as tentativas levadas a cabo durante o inquérito para obter explicações do antigo presidente do Conselho de Administração da Flash Airlines.

O chefe da companhia aérea egípcia, Mohamed Nour, que durante muito tempo não respondeu às citações da justiça francesa, foi colocado sob o estatuto de testemunha do inquérito no final de setembro de 2021.

Três meses mais tarde foi acusado formalmente de homicídio involuntário.

Nas alegações decididas no dia 22 de dezembro do ano passado e consultadas hoje pela Agência France Presse (AFP), o Ministério Público francês salienta que as “numerosas falhas, cálculos aproximados e análises sumárias” dos dois pilotos que morreram no acidente constituem “a causa direta” do acidente.

Para o Ministério Público francês, as principais infrações penais são “evidentemente e, antes de mais, imputáveis” à Flash Airlines, acusada de falta de formação dos pilotos e de más condições de trabalho.

No entanto, nem a Flash Airlines, que foi dissolvida, nem os pilotos, que morreram no acidente, podem ser responsabilizados penalmente.

A decisão final de ir a julgamento cabe aos dois juízes de instrução responsáveis pelo caso.

A título de curiosidade o Boeing 737-300 estava equipado com dois motores CFM56-3. Foi construído e entregue à TACA International Airlines como N373TA em outubro de 1992.

A aeronave estava a operar na Flash Airlines desde junho de 2001. No momento do acidente acumulou 25 603 horas de voo e 17 976 ciclos decolagens e aterragens.