A Força Aérea Portuguesa adquiriu 12 sistemas de aeronaves não tripuladas para reforçar a capacidade de vigilância aérea e deteção de fogos, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais em Portugal, dando cumprimento ao disposto na Resolução do Conselho de Ministros n.º 38-A/2020, de 18 de maio.
Nesta fase, a vigilância com recurso a este tipo de aparelhos já cobre as regiões norte, centro e sul do país, através de três bases de operação, tendo sido já realizadas cerca de 100 horas de voo.
O processo de coordenação entre a Força Aérea Portuguesa, a GNR e ANEPC está plenamente implementado para as três bases de operação, através da ligação em rede e partilha de imagem em tempo real, permitindo desta forma maior celeridade na análise e resposta por parte das entidades no terreno. Para este efeito, a Força Aérea Portuguesa desenvolveu e implementou uma plataforma de gestão de informação operacional (Portuguese Sky Sentinel System – PS3), que está disponível às entidades beneficiárias do produto operacional.
A operação na Lousã, iniciada em 27 de julho, permitiu identificar vários eventos, alguns deles na fase inicial, tendo sido também monitorizados eventos na fase de rescaldo.
A operação prevista a partir de Fóia (sul) e de Macedo de Cavaleiros (norte) foi planeada tendo em conta o emprego de drones com capacidade de descolagem e aterragem à vertical (Vertical Take-off and Landing- VTOL). Contudo, devido a constrangimentos de ordem técnica por parte da empresa contratada, aos quais a Força Aérea Portuguesa é alheia, ainda não foi possível efetuar a aceitação destas aeronaves para estes dois locais.
Enquanto se retifica esta situação e para assegurar a vigilância aérea nestas áreas, a Força Aérea Portuguesa decidiu iniciar as operações a partir dos aeródromos de Mirandela e da Base Aérea N.º 11, em Beja, com aeronaves de asa fixa. Salienta-se que esta solução é temporária e em nada prejudica os trabalhos em curso.
Assim, a operação a partir da Base Aérea N.º 11, em Beja, teve início a 27 de agosto, garantindo dessa forma a capacidade para cobertura da zona sul de Portugal.
Finalmente, a operação a partir do aeródromo de Mirandela, com o voo inaugural a 29 de agosto, oferece garantia para a vigilância aérea das zonas a norte do país.
Os voos de qualificação a que as aeronaves, adquiridas à empresa UAVision, são sujeitas antes da sua projeção para as bases de operação, tiveram início a 11 de julho, no Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, na Ota. Até ao momento foram realizadas mais de 70 horas de voo de qualificação, tendo sido qualificadas 6 aeronaves de asa fixa e encontrando-se em fase de testes e qualificação 2 aeronaves VTOL. A Força Aérea Portuguesa aguarda a entrega pelo fabricante das restantes 4 aeronaves.