
O SNPVAC – Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil anunciou que no decorrer de uma reunião com a gestão da TAP para discutir os valores das ajudas, foi surpreendido com uma nova tabela que a companhia pretendia implementar unilateralmente.
O sindicato indica que a nova tabela de ajudas de custos contempla uma redução em vários destinos, e fala em fim da paz social.
Numa carta enviada aos associados pode-se ler: “Fomos ontem confrontados com o anúncio da empresa de uma nova tabela de ajudas de custo e, pasme-se, com efeitos retroativos a janeiro de 2025”.
O SNPVAC garante que, cumprindo o que está estipulado no Acordo de Empresa, reuniram com a gestão da companhia aérea para discutir os valores das ajudas.
Durante a reunião foram informados da existência de uma nova tabela baseada num estudo encomendado à Mercer, que contemplava uma redução em vários destinos e que a TAP pretendia implementar unilateralmente.
“De imediato, a direção do SNPVAC, consciente que essa decisão é da exclusiva responsabilidade da empresa, não deixou de refutar esse estudo, questionando o seu modelo, os pressupostos e inclusive a imparcialidade, acrescentando que qualquer alteração deveria contemplar um aumento das ajudas de custo para suportar a inflação, o aumento do custo de vida nos países de destino, bem como fazer face à desregulada taxa cambial em alguns países”, lê-se no mesmo documento.
“O SNPVAC não pode aceitar ou anuir a mais uma tentativa de degradação das nossas condições, que começou com a escolha dos hotéis e foi agora alargada às ajudas de custo”, refere a entidade liderada por Ricardo Penarróias na missiva com o título “Unilateralmente, o fim da Paz Social”.
O sindicato revela ainda que, após meses de conversações sobre os horários flexíveis, “os avanços têm sido escassos”, tendo mesmo dado “instruções ao departamento jurídico para avançar com ações em Tribunal, caso os tripulantes assim o pretendam, de forma a encontrar uma solução jurídica definitiva sobre este tema”.
Na visão do sindicato, “a empresa tem de entender de uma vez por todas que não é legisladora. Não pode estar acima da lei, nem discriminar pais que pretendem conciliar a sua vida familiar com a vida profissional”.
“Lamentavelmente, voltámos aos anos em que a visão da TAP era baseada numa folha de Excel, com os resultados desastrosos que todos sabemos e sentimos na pele. Coincidência ou não, essa regressão iniciou-se com uma simples remodelação na estrutura na cúpula da empresa que, em dois meses, destruiu o que muito demorou a conquistar: uma verdadeira paz social, onde o trabalhador não é apenas um número”, acrescenta a direção do SNPVAC.
Tendo em conta esta situação, a entidade sindical vai mais longe, anunciando que, “de forma oficial e unilateral, a paz social na TAP acabou”.

