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Ryanair vai encerrar a base de Faro

 

A Ryanair comunicou que vai encerrar a sua base do aeroporto de Faro em janeiro de 2020, e despedir cerca de 100 trabalhadores.

Os voos continuarão a ser assegurados por tripulações de outras bases de outros países.

A presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, disse que uma diretora de recursos humanos da Ryanair esteve hoje, 6 de agosto, em Faro para anunciar o encerramento.

“Foi-nos dito na DGERT que não seria bem encerrar [a operação] , ou seja, a base fecha, mas os voos continuam a ser feitos”, salientou Luciana Passo, lembrando que a Ryanair tinha já “avisado que ia reduzir o número de pilotos e tripulantes”.

A presidente do SNPVAC alertou que este anúncio “vem num ‘timing’ que parece de tentativa de coação para que as pessoas tenham medo de fazer greve”.

Luciana Passo garantiu que “a decisão estava tomada há muito tempo, não foi por causa de greve” e revelou ainda que, a partir de quarta-feira a companhia aérea deverá anunciar o encerramento de mais bases na Europa.

Contactada pela Lusa, a Ryanair recordou o comunicado de 16 de julho, em que indicava que “algumas das bases da empresa serão reduzidas ou fechadas este inverno”.

Estas conversações, de acordo com a Ryanair, estão a realizar-se nas bases afectadas e não irão implicar corte ou redução de rotas.

A presidente do SNPVAC defendeu que “importa agora saber quais os contratos que Ryanair fez com o Governo, que benefícios teve e se valeu a pena” e lamentou que a greve possa ser usada para justificar este encerramento.

“Há sempre um bode expiatório, que são os tripulantes”, criticou.

No dia 1 de agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine, devido ao impacto do “Brexit” (saída do Reino Unido da União Europeia), ao aumento do preço dos combustíveis e ao atraso na entrega dos aviões Boeing 737 Max.

A companhia de aviação avançou detalhes em relação a este assunto, depois de o seu presidente executivo, Michael O’Leary, ter exposto os planos de reestruturação num vídeo enviado aos trabalhadores, em que pede “desculpa” pelas “más notícias”.

Na segunda-feira, Michael O’Leary informou que o lucro da transportadora aérea caiu 21% no primeiro semestre do exercício fiscal, para 243 milhões de euros, face a idêntico período do ano fiscal anterior.