A Força Aérea Portuguesa recebeu hoje, 27 de novembro, na Base Aérea N.º 6, no Montijo, os militares que estiveram destacados em Málaga, Espanha, no âmbito da missão FRONTEX – Joint Operation Índalo.
Durante oito meses, através de um avião C-295M da Esquadra 502 – “Elefantes”, os militares da Força Aérea realizaram 107 missões de vigilância no Mediterrâneo, com o objetivo de salvaguardar a vida humana, prevenir a migração ilegal, o tráfico de seres humanos, bens e armamento, a pesca ilegal, contrabando, tráfico de droga e outras atividades ilícitas.
Dividido por dois períodos – de 21 de março a 8 de julho e de 5 de setembro a 25 de novembro –, os militares da Força Aérea executaram 107 missões que resultaram na deteção de 30.653 contactos, dos quais 983 foram considerados de interesse. Entre os contactos de interesse destacam-se 42 embarcações de migrantes com 595 pessoas a bordo, 271 embarcações em atividades de contrabando de mercadorias, uma embarcação em situação de pesca ilegal e 193 contactos relacionados com outras atividades ilícitas como barcos abandonados, embarcações a navegar sem sistema de identificação (AIS), transbordo de carga, entre outros.
A missão da Força Aérea abrangeu uma área total coberta de 2.228.100 milhas náuticas quadradas, equivalente a aproximadamente 5 milhões e 700 mil quilómetros quadrados, ou seja, uma área correspondente a metade da Europa, num total de 560 horas de voo, cerca de 200 mil quilómetros, o que equivale a cinco voltas e meia ao planeta Terra.
Na cerimónia de receção aos militares destacados, o Comandante Aéreo, Tenente-General António Matos Branco, agradeceu o sentido de missão e o resultado obtido que atesta “a enorme proficiência neste tipo específico de operação, exigente no pormenor e no esforço físico da sua prossecução, pelos prolongados tempos de missão, desde a fase de planeamento em terra, passando pelo voo, até à análise e reporte, novamente em terra, de todos os contactos detetados”. Por isso, agradeceu publicamente “por terem honrado o nome da Força Aérea e de Portugal e por terem contribuído para a segurança na fronteira Sul da União Europeia, na luta contra a criminalidade transfronteiriça”, acrescentando que “de vós esperei o melhor e o melhor foi o que recebi”.
A operação ÍNDALO está integrada na Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras –FRONTEX, um organismo europeu criado em 2004 com o objetivo de promover, coordenar e desenvolver a gestão das fronteiras europeias, em conformidade com a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (UE) e o conceito de Gestão Integrada de Fronteiras. Compete-lhe ajudar os Estados-Membros da UE e os países associados de Schengen a proteger as fronteiras externas do espaço de livre circulação da UE.