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ANA diz que cancelamentos são sobretudo da responsabilidade das companhias aéreas


 

O presidente executivo da ANA disse hoje que os cancelamentos de voos que têm acontecido nos últimos dias são sobretudo da responsabilidade das companhias aéreas, exceto casos pontuais.

“Os cancelamentos que temos visto agora, a resposta é mais do lado das companhias aéreas, porque os cancelamentos são decididos pelas companhias”, disse o responsável, que está a ser ouvido na Assembleia da República.

Segundo o responsável, “uma parte dos cancelamentos que vimos na semana passada foi relacionada com o incidente com um avião pequeno na pista”, que levou ao encerramento da pista durante cerca de uma hora e meia.

Este tipo de problemas, acrescentou, pode “levar pontualmente a cancelamentos”.

“Mas há cancelamentos estruturais que têm a ver com outras razões”, como, por exemplo, a “organização de recursos das companhias aéreas”, apontou, defendendo que, nestes casos, “caberia mais às companhias aéreas detalharem” aos deputados.

O presidente do Conselho de Administração e o presidente executivo da ANA são hoje ouvidos no parlamento, por requerimento do PSD, para esclarecimentos sobre os problemas nos aeroportos de Lisboa e do Porto.

Em causa está a classificação do ‘site’ alemão AirHelp, que se dedica à defesa dos passageiros aéreos, e divulga anualmente um ‘ranking’ mundial dos aeroportos, no qual o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, surge na 132.ª posição, com uma avaliação geral de 5.76 em 10 pontos, entre os 132 aeroportos avaliados, ou seja, em último lugar.

Já o Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, aparece como o oitavo pior, com uma pontuação geral de 6.46.

Como parâmetros avaliados estão, entre outros, os atrasos nas partidas e chegadas, a qualidade do serviço e os espaços comerciais e de alimentação.

“Para um país que depende muito significativamente das receitas do turismo e da sua imagem, este tipo de notícias é causador de danos reputacionais com reflexos na atividade turística”, lê-se no requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do PSD, que entende ser “relevante conhecer a razão de tais classificações e o que está a ser feito em relação às mesmas”.

A audição acontece numa altura em que estão a ser cancelados vários voos, diariamente, nos aeroportos europeus, devido à falta de pessoal, greves e outros fatores externos agravantes, nomeadamente climáticos, relacionados com a covid-19 ou com imprevistos.

O presidente executivo da ANA rejeitou um cenário de redução de capacidade no aeroporto de Lisboa, ao contrário do que está a ser adotado por outros aeroportos europeus, argumentando que “não é necessário” porque a Portela tem uma melhor capacidade de resposta do que outras infraestruturas.