O voo JK 5022 da Spanair foi uma rota comercial de passageiros entre o aeroporto de Barajas em Madrid e a ilha de Gran Canária.
A 20 de agosto de 2008 a aeronave que operava essa rota, um modelo McDonnel Douglas MD-82, caiu imediatamente após descolar da pista 36L do Aeroporto de Barajas, causando a morte de 153 pessoas. A bordo seguiam 166 passageiros e 9 membros da tripulação.
Este foi o primeiro acidente com mortes na história da Spanair, foi o pior desastre aéreo ocorrido no continente espanhol desde o acidente com o voo Iberia 610 em 19 de fevereiro de 1985.
Já o pior acidente aéreo de todo o território espanhol foi o Desastre de Tenerife, em 27 de março de 1977 na ilha de Tenerife, considerado também o maior desastre aéreo da história, com 583 mortes.
Segundo o que se apurou, o acidente ocorreu devido a um erro dos pilotos em não acionar os flaps e slats, conforme exigido para a descolagem. Sem o uso destes dispositivos as asas não poderiam gerar sustentação suficiente para manter a aeronave no ar durante a descolagem.
O acidente ocorreu na segunda tentativa de descolagem. Uma hora antes, os pilotos tinham abortado uma descolagem porque um sensor indicou temperaturas excessivas numa entrada de ar, e o avião voltou à placa para verificação do problema. Esse sensor foi desativado no solo (segundo se informa um procedimento estabelecido) e outra descolagem foi então tentada, durante o qual o acidente ocorreu.
O MD-82 possui um sistema de aviso de descolagem que deveria ter alertado os pilotos de que o avião não estava corretamente configurado para a descolagem. No entanto, o aviso não soou pois o mesmo sensor que foi desativado era o responsável por acionar o alarme de configuração de descolagem.
A tripulação perdeu o controle da aeronave devido a um stall imediatamente depois da descolagem, como consequência de uma configuração inadequada das superfícies de controle de voo flaps e slats, depois de uma série de erros e omissões, combinados com a ausência do aviso de configuração de descolagem inadequada.
A tripulação não identificou os avisos de stall e não corrigiu a situação após a descolagem, retardando momentaneamente a aceleração dos motores. Os ângulos de inclinação não foram corrigidos, levando a um incremento da condição de stall e consequente perda de controle.
A tripulação não foi capaz de detetar o erro de configuração porque negligenciou o check-list, com as etapas de seleção e verificação das posições dos flaps e slats antes da descolagem.