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Grupo Air France-KLM com prejuízos de 489 milhões de euros e disponível para posição minoritária na TAP


 

A Air France-KLM registou um prejuízo de 489 milhões de euros no primeiro trimestre, 2,62 vezes mais do que no mesmo período de 2023, apesar do aumento do volume de negócios e de passageiros transportados, foi hoje anunciado.

Também hoje, o CEO do Grupo, Ben Smitho, indicou que uma posição minoritária na TAP “poderia ser interessante”, se se alinhar com os seus objetivos, mas considerou especulativo avançar mais informações enquanto aguarda para perceber as condições do novo Governo.

“Se [uma posição minoritária] se alinhar com os nossos objetivos, se financeiramente fizer sentido, sim, poderia ser interessante”, afirmou o CEO, quando questionado sobre se a companhia aérea estaria interessada numa posição minoritária na TAP.

A questão veio na sequência do anúncio da Comissão Europeia de que considera que a proposta de aquisição de 40% da ITA pela Lufthansa pode prejudicar a concorrência “em algumas rotas” e levar a “preços mais elevados para os consumidores e uma diminuição da qualidade do serviço”.

No caso da reprivatização da TAP, questionado sobre se avançar para a compra de uma posição minoritária seria uma forma de evitar uma investigação da Comissão Europeia ao negócio, Ben Smith disse que o grupo quer perceber as condições do Governo português.

“Seria muito especulativo para nós dar uma posição hoje, quando não estamos certos do que o Governo procura”, respondeu o responsável, acrescentando também que caso o negócio acrescente risco aos objetivos do grupo, não avançam ou avançam “com cautela”.

O presidente executivo disse também que ainda não houve conversas com o novo Governo liderado por Luís Montenegro e que, “quando surgir oportunidade” e “se fizer sentido”, o farão.

No que respeita aos resultados, o Grupo informou que obteve um volume de negócios de 6.654 milhões de euros, entre janeiro e março, mais 5,1% do que no mesmo período do ano anterior.

A oferta de lugares aumentou 4,5%, com uma taxa de ocupação de 86,4%, e o número de passageiros aumentou 6,2%, para 20,871 milhões, enquanto as unidades de receita por passageiro aumentaram 1%, em termos anuais.

O resultado operacional bruto (Ebitda) foi de 176 milhões, mas a rentabilidade foi afetada por custos ligados a interrupções operacionais, em grande parte devido a tensões geopolíticas, e por uma redução nas receitas provenientes do transporte de carga.

Desta forma, o resultado líquido foi negativo em 489 milhões de euros, pior do que o prejuízo de 183 milhões registado no primeiro trimestre do ano passado.

O presidente executivo, Benjamin Smith, salientou que, “apesar de um início de ano difícil, marcado por tensões geopolíticas persistentes, a Air France-KLM registou um novo aumento nas receitas neste trimestre, com uma procura de passageiros ‘estruturalmente robusta’”.

O responsável sublinhou que a empresa espera “uma temporada de verão promissora” devido aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris e mostrou-se confiante em alcançar os resultados esperados para a totalidade do ano.