A easyJet declarou hoje um prejuízo operacional no primeiro trimestre de 255 milhões de libras (292 milhões de euros ao câmbio de hoje). Comparando com o mesmo período do ano passado, este valor representa um aumento de 355%, no entanto a companhia indica que foi sem surpresa que registou essa perda.
A easyJet teve um desempenho “em linha com as suas expectativas”, diz uma declaração do seu CEO, Johan Lundgren, publicada juntamente com o balanço do semestre, na qual, no entanto, admite que a companhia enfrentou condições de mercado mais duras.
O balanço mostra que embora tenha aumentado a sua capacidade em 14,2% em ASK (lugares x quilómetros voados) e em 14,5% em número de lugares disponíveis nos seus voos, significando um aumento de 5,8 milhões, para 46,2 milhões, o aumento das suas receitas foi de 7,3%, para 2.343 milhões de libras (2,68 mil milhões de euros), e porque as chamadas receitas complementares (ancillaries) subiram 14,3%, para 519 milhões (594,2 milhões de euros), porque as receitas de passagens tiveram um aumento de ‘apenas’ 5,5%, para 1.824 milhões (2,08 mil milhões de euros).
Do lado da receita a companhia teve no primeiro semestre uma queda das receitas unitária (por lugar voado um quilómetro) em 6%, valor motivado pela queda da taxa de ocupação dos voos e, adicionalmente, queda em 5,3% da receita média por passageiro, para 56,26 libras (64,4 euros).
Este quadro é justificado pela easyJet com vários factores, entre os quais no exercício anterior ter beneficiado da falência da Monarch e dos cancelamentos da Ryanair, impacto da alteração de normas contabilísticas, efeito de calendário da Páscoa mais tarde este ano (no segundo trimestre] que em 2018 (no primeiro trimestre).
Mas o agravamento do prejuízo também tem explicações do lado dos custos; agravamento do preço do combustível, em 30,6%, mas também devido ao aumento dos encargos com aeroportos e handling, que subiram 15,3%, tripulações, que aumentaram 19,8%, levando a que o EBITDAR (resultado antes de juros, impostos, amortizações, provisões e rendas de leasing) passasse de um lucro de 120 milhões de libras (137,4 milhões de euros) em 2018 para um prejuízo de 16 milhões este ano (18,3 milhões de euros).