A Boeing fechou 2021 com um prejuízo de 4.290 milhões de dólares (3.800 milhões de euros), recuperando mais de 60% face a 2020, impulsionada pela retoma da operação dos 737 MAX e pela evolução do mercado.
A fabricante aeronáutica norte-americana acumula já três exercícios consecutivos de prejuízos, primeiro devido à crise do modelo 737 MAX, da qual começa agora a recuperar, e, depois, por causa da crise económica resultante da pandemia de covid-19, que ainda afeta todo o setor da aviação.
Em comunicado, a Boeing reportou um volume de negócios anual acumulado de 62.286 milhões de dólares (55.206 milhões de euros) em 2021, mais 7% do que em 2020, ano em que registou o maior prejuízo da sua história, de 11.941 milhões de dólares (10.584 milhões de euros).
O presidente executivo (CEO) da Boeing, Dave Calhoun, considerou que 2021 foi “um ano de reconstrução”, em que se aumentou a produção e as entregas do modelo 737 MAX, que foi autorizado a voar novamente em quase todo o mundo, após dois acidentes.
A fabricante aeronáutica entregou 340 aeronaves para uso comercial aos seus clientes, mais do dobro de 2020, e, segundo informações divulgadas antes dos resultados, a maioria (263) são do modelo 737.
Considerando apenas o quarto trimestre de 2021, a empresa teve perdas de 4.164 milhões de dólares (3.691 milhões de euros), menos de metade do período homólogo de 2020, quando a indústria aeronáutica estava numa das suas piores fases, em resultado das restrições impostas devido à pandemia.
As receitas entre outubro e dezembro ficaram 3% abaixo do período homólogo, nos 14.793 milhões de dólares (13.111 milhões de euros), mas a empresa registou, no trimestre, um ‘cash flow’ operacional positivo de 716 milhões de dólares (635 milhões de euros), o que já não acontecia há cerca de três anos.
A Boeing anunciou ainda ter registado uma provisão de 3.500 milhões de dólares (cerca de 3.103 milhões de euros) para cobrir custos relacionados com os problemas do seu modelo 787, que está parado por problemas de produção há mais de um ano, havendo várias companhias aéreas à espera de receber as aeronaves que encomendaram.
“Embora isto continue a afetar os nossos resultados de longo prazo, esta é a abordagem certa para criar estabilidade e previsibilidade à medida que a procura vai retomando”, explicou Calhoun.
Segundo a companhia, os problemas com o 787 resultarão num acréscimo de 2.000 milhões de dólares (cerca de 1.773 milhões de euros) em custos adicionais de produção, o dobro da previsão anterior.
As entregas de novos 787 foram interrompidas em maio de 2021 devido a falhas de produção, não tendo até agora a Boeing sido capaz de encontrar uma solução para os problemas detetados que satisfaça a Administração Federal de Aviação.