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BestFly coloca segundo avião em Cabo Verde e prepara reinício da TICV


 

O segundo avião do grupo BestFly a operar as ligações domésticas em Cabo Verde chegou na tarde de hoje ao aeroporto da Praia, antecipando a concentração da operação na companhia TICV “nos próximos dias”, disse à Lusa fonte da empresa.

Fonte oficial do grupo, que detém também Transportes Aéreos Interilhas de Cabo Verde (TICV), confirmou à Lusa que com a chegada desta segunda aeronave ATR72-600 para os voos domésticos será possível concluir o processo de autorização junto da Agência de Aviação Civil (AAC) cabo-verdiana.

Esta segunda aeronave chega ao arquipélago com a designação comercial “BestFly Cabo Verde by TICV”, acrescentou a fonte, para garantir o objectivo de retomar as ligações domésticas da TICV o mais rapido possível.

Questionada anteriormente pela Lusa sobre o futuro da companhia, que opera em Cabo Verde desde 2014, fonte da empresa garantiu que “a TICV como empresa tem desta forma assegurada a sua continuidade” e que a prioridade neste momento é a sua reativação.

Assegurou ainda que a companhia tem como objectivo manter “o maior número de postos de trabalho possível” da TICV, mas “sem colocar em causa a continuidade e a sustentabilidade” da companhia, admitindo que poderão existir “reajustes” ao nível do pessoal, incluindo a possibilidade de serem reintegrados no grupo BestFly.

De recordar que em julho a companhia aérea espanhola Binter acordoua venda de 70% da Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) à BestFly World Wide, ficando os restantes 30% com o Governo cabo-verdiano.

O empresário Nuno Pereira, acionista único da BestFly Word Wide, disse à Lusa que o negócio foi fechado hoje com o grupo espanhol, nas Canárias, envolvendo a compra da empresa TICV e da sua marca, incluindo os trabalhadores, viabilizando a continuidade da operação no arquipélago.

A Binter Cabo Verde foi criada em 2014, como uma companhia de direito 100% cabo-verdiano, que tinha como único acionista a empresa Apoyo Y Logistica Industrial Canária, Sociedade Limitada, tendo sido transformada na atual TICV em 2019, ano em que assinalou um milhão de passageiros transportados entre as ilhas cabo-verdianas.

Até maio deste ano a TICV era a única companhia que fazia as ligações entre as ilhas do arquipélago, depois da saída da companhia aérea pública TACV, em agosto de 2017.

Contudo, em maio último, após um diferendo com as autoridades cabo-verdianas, nomeadamente sobre apoios à companhia devido à pandemia de covid-19, a TICV, liderada pela Binter, deixou de vender bilhetes para a segunda quinzena e desde 16 de maio que não realiza voos comerciais.

A empresa BestFly Angola (empresa diferente da BestFly World Wide) assumiu em 17 de maio a concessão emergencial, por seis meses, do transporte aéreo interilhas, por decisão do Governo, face à perspetiva de ausência de voos.

Nuno Pereira é diretor-geral da BestFly e um dos seus acionistas, mas explicou à Lusa que a compra de 70% do capital social da TICV foi feita apenas através da BestFly World Wide, empresa em que é o único acionista.

“Este negócio foi uma aposta minha e depois vamos decidir se mantemos esta marca, como TICV, ou se mudamos. Mas será este o operador que vai assumir os voos em Cabo Verde”, sublinhou.

Em 2020, os voos domésticos em Cabo Verde, operados apenas pela TICV, movimentaram cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.