A Airbus anunciou hoje que obteve lucros de 2.635 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, contra os prejuízos de 2020 e acima dos lucros de 2.186 milhões alcançados no mesmo período de 2019, antes da crise da pandemia.
A Airbus indica que os resultados refletem o forte aumento das entregas de aviões e helicópteros, após o período negro causado pela pandemia, e reviu em alta as expectativas financeiras para 2021.
Num comunicado, o grupo aeronáutico europeu explicou que o rendimento operacional líquido (Ebit) aumentou para 3.437 milhões de euros, em comparação com os 2.185 milhões de euros negativos entre janeiro e setembro de 2020.
O volume de negócios aumentou 17% para 35.155 milhões de euros e na sua divisão principal, a aviação comercial, o aumento foi de 21% para 24.618 milhões de euros e o Ebit foi de 2.889 milhões de euros, o que torna os 2.399 milhões de euros negativos do mesmo período de um ano atrás uma coisa do passado.
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Os números refletem principalmente os 424 aviões comerciais entregues durante este período, em comparação com os 341 entregues entre janeiro e setembro de 2020, quando a atividade da empresa foi gravemente perturbada pela pandemia.
A maioria destes aviões (341) eram da família A320 de corredor único, mas havia também 34 do modelo A220 mais pequeno (comprado à Bombardier do Canadá).
São precisamente estes aviões (os A320 e A220) que são agora mais procurados pelas companhias aéreas nesta fase da recuperação, quando os voos intercontinentais de longo curso operados por aviões de maiores dimensões só agora foram restabelecidos.
Já as entregas de aviões de corredor duplo foram menos impactantes entre janeiro e setembro: 11 aparelhos A330s, 36 A350s e dois do gigante A380, que está agora fora de produção.
Neste contexto, a Airbus indicou que pretende aumentar a taxa de produção da família A320 para 65 por mês até ao verão de 2023 (contra os atuais 45 por mês).
A produção do A220 será também ampliada dos atuais cinco por mês para seis por mês no início de 2022.
O A330 passará de dois para três até ao final de 2022 e o A350 de cinco para seis até ao início de 2023.
Os bons resultados também vieram da divisão de helicópteros, com receitas a subirem 14% para 3.623 milhões e o Ebit a aumentar 31% para 312 milhões de euros.
Mais uma vez a razão foi o aumento do número de entregas, especificamente 194 helicópteros, em comparação com 169 entre janeiro e setembro de 2020.
Na defesa e no espaço, a evolução das contas não foi tão favorável. As receitas diminuíram 1% para 6.881 milhões de euros, mas o Ebit foi, no entanto, positivo em 204 milhões de euros, em comparação com os 36 milhões de euros negativos um ano antes.
Além disso, de um ponto de vista comercial, neste negócio a Airbus ganhou uma encomenda de 56 aviões C295, fabricados em Espanha, para a Índia e outra de dois A400M, montados em Sevilha, para o Cazaquistão.
A carteira de encomendas da atividade de defesa e espaço é agora de 10.100 milhões de euros, acima dos 8.200 milhões de euros de há 12 meses.
O CEO (Chief Executive Officer) da Airbus, Guillaume Faury, explicou que a principal prioridade da empresa é aumentar a taxa de produção de aviões da família A320, que é verdadeira ‘galinha de ovos de ouro’ da empresa, e assegurar que as capacidades industriais e de aquisição estejam em conformidade com estas ambições.
Neste contexto, o objetivo de entregar 600 aeronaves comerciais até 2021 como um todo permanece inalterado, mas a ambição financeira é revista em alta e a Airbus espera alcançar um Ebit ajustado de 4.500 milhões de euros, mais 500 milhões do que tinha previsto no final de julho.