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Ryanair volta a ameaçar abandonar a operação nos Açores


 

A Ryanair pede ao governo português para que intervenha e tome medidas “urgentemente” contra o aumento de taxas nos aeroportos dos Açores, considerando que, caso nada seja feito, o “futuro do turismo de Ponta Delgada está em risco pelos aumentos exorbitantes de preços da ANA”.

Em maio, o Diário dos Açores e RTP Açores noticiavam que a Ryanair poderia abandonar a operação nos Açores, já próximo horário de Inverno IATA.

Segundo as notícias esta vontade terá sido comunicada à VisitAzores, tendo também “causado alguma apreensão junto dos cerca de 70 colaboradores” que trabalham a partir da base da empresa em Ponta Delgada, avisados que “a mesma iria ser encerrada no inverno próximo”.

Na altura, Berta Cabral, secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, em declarações aos jornalistas, adiantou face à intenção expressa pela Ryanair de abandonar a operação nos Açores, através das ligações com as ilhas de São Miguel e Terceira, o Governo Regional dos Açores encontrava-se em negociações com a companhia aérea para que a mesma não deixe de operar no arquipélago.

A Ryanair começar a operar nos Açores, à partida de Ponta Delgada, em março de 2015, com voos para Lisboa, Porto e Londres.

As notícias indicam que o Turismo de Portugal chegou a pagar à Ryanair cerca de 1,5 milhões de euros pela operação na ilha Terceira, querendo a companhia um aumento desta verba.

Num comunicado divulgado esta quarta-feira, a companhia queixa-se do aumento das taxas aeroportuárias no aeroporto de Ponta Delgada assim como na Madeira, que subiu 26% nos aeroportos da Madeira e Ponta Delgada, e culpa a ANA – Aeroportos de Portugal pelo aumento dos valores.

Segundo Eddie Wilson, CEO da Ryanair, “o aumento das taxas aeroportuárias tem um impacto significativo nos aeroportos regionais, colocando em risco o crescimento – especialmente para duas economias insulares completamente dependentes do turismo” e garante que a “Ryanair está em melhor posição para fornecer a capacidade, o tráfego e o investimento necessários para impulsionar a recuperação pós-Covid dos Açores e fornecer conectividade, escolha e tarifas de baixo custo para cidadãos/visitantes açorianos, no entanto, o governo deve agir agora e introduzir custos de acesso mais baixos”.

A Ryanair considera ainda que o governo português “falhou” na proteção às regiões ultra periféricas dos Açores e Madeira no que diz respeito ao novo regime comunitário de licenças de emissão de gases com efeito estufa da União Europeia, denominado sistema ETS, “o que significa que as tarifas aumentarão até 10 euros adicionais por passageiro” e  pede que o executivo nacional elimine os aumentos de taxas decretados e que implemente taxas de segurança mais baixas, revertendo ainda a inclusão das regiões ultra periféricas no regime ETS, para todas as companhias aéreas que voam dos Açores.