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Investimento no Brasil viabilizou sobrevivência da TAP por 15 anos


 

O ex-administrador da TAP Diogo Lacerda Machado afirmou hoje que existe uma “perspetiva imbecil” sobre o negócio da manutenção no Brasil, e sublinhou que sem o investimento naquele país “provavelmente” hoje a companhia não existia.

“Aquilo que viabilizou a sobrevivência da TAP durante 15 anos foi o Brasil e aquilo que permitiu que a TAP se tornasse na maior operadora estrangeira no Brasil foi o investimento feito na VEM [manutenção]” disse Diogo Lacerda Machado que está hoje a ser ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação na sequência de um requerimento do PSD para esclarecimentos sobre a situação da TAP no período 2015-2023.

A questão do negócio da manutenção no Brasil foi levantada pelos deputados do Chega Filipe Melo e Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, e de Bruno Dias, do PCP, tendo Diogo Lacerda Machado começado por referir que “há uma perspetiva imbecil sobre o negócio da manutenção do Brasil”.

“Se não houvesse investimento no Brasil [hoje] não havia provavelmente TAP”, referiu, repetindo que “a TAP viveu e vive do Brasil”, que “é o seu principal ativo estratégico” e que este “foi de longe o melhor investimento que a TAP fez em 50 anos”.

O grupo parlamentar aponta como motivo para o requerimento a “incongruência” das posições do Governo de António Costa, que reverteu a privatização da companhia aérea levada a cabo em 2015 pelo então Governo PSD/CDS-PP, mas, em janeiro deste ano, afirmou no plenário da Assembleia da República, que se está “numa fase do processo de alienação total ou parcial da participação do Estado na TAP” e que esse mesmo processo “é útil e necessário que a empresa tenha a estabilidade possível”.

Além do antigo administrador, o PSD requereu também a audição dos ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, e do ex-secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix.

O PSD justifica estas audições com o objetivo “de esclarecer o que se passou entre um momento e o outro, e tentar compreender a razão da mudança de atitude do governo socialista, sendo que, entretanto, o Estado português financiou a TAP em mais 3,2 mil milhões de euros ao abrigo de um Plano de Reestruturação aprovado em Bruxelas, – que implicou despedimentos, reduções salariais e perda de ‘slots’”.