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Enaire e Indra querem colocar em órbita constelação de satélites para melhorar gestão de tráfego aéreo


 

A Enaire e a Indra criaram um projeto de iniciativa públicoprivada para a inovação tecnológica ao nível de satélites. O objetivo é a criação e desenvolvimento, após uma primeira fase de validação, de uma rede de mais 200 pequenos satélites de baixa altitude para melhorar a gestão de tráfego aéreo, com visão de serviço global em todo o planeta.

A constituição da Startical, nome da empresa criada pela Enaire e a Indra para o desenvolvimento deste projeto, foi aprovada em Conselho de Ministros de Espanha e permitirá a este país posicionarse no setor da prestação de serviços globais de navegação aérea por satélite.

A nova parceria procura desenvolver e colocar em órbita uma plataforma de satélite que ampliará a cobertura de vigilância e comunicações com aeronaves, especialmente a extensas zonas oceânicas e remotas fora da cobertura pelos sistemas de navegação aérea baseada em infraestruturas terrestres.

A Startical será a primeira plataforma satélite para a navegação aérea que inclui,juntamente com os serviços de vigilância da posição da aeronave (ADSB),um sistema de comunicação por rádio VHF entre controlador de tráfego e piloto, de acordo com os regulamentos aeronáuticos, o que constitui um fator diferenciador face a iniciativas similares.

Tratase de um projeto pioneiro a nível mundial, ao oferecer uma vigilância e comunicação de forma integrada.Com estes novos serviços será aumentada a segurança, capacidade, eficiência e pontualidade dos voos com claros benefícios para as companhias e passageiros.

Esta nova tecnologia também será aplicável a outros meios de transporte. Os novos serviços de vigilância e comunicações de voz e dados em áreas de fraca cobertura vão favorecera criação de novas rotas que permitam reduzir custos e emissões.

Especificamente a Startical espera diminuir as emissões de CO2 para a atmosfera,a nível global, em pelo menos 13 milhões de toneladas,até ao ano de 2030. Esta maior fiabilidade de informação e otimização dos serviços de navegação aérea permitirá descongestionar o espaço aéreo em áreas saturadas, facilitará o trabalho de controladores de tráfego aéreo e tornará os voos mais eficientes, pontuais e ainda mais seguros.

O projeto da Enaire e da Indra vai decorrer em duas fases. Na primeira, de 2021 a 2023, vão ser testados os desenvolvimentos técnicos necessários para assegurar a viabilidade da solução e os aspetos regulatórios e de mercado. Uma vez terminada,e de acordo com as previsões de ambas as empresas, decorrerá uma segunda fase,entre 2024 e 2027, em que se implementará a oferta à escala mundial destes serviços, com a entrada em produção da constelação completa.

O investimento máximo previsto para a primeira fase ascende a 29,2 milhões de euros a três anos,com a contribuição de cada parceiro de até 9,95 milhões de euros que poderá ser modificada mediante a obtenção dos fundos europeus Next Generation e Horizon/SESAR. A Startical vai utilizar satélites de pequena dimensão, mais fáceis de produzir e manter do que os tradicionais, o que levaa benefícios adicionais.

Baseada no conceito de Novo Espaço, a renovação da total constelação a cada cinco anos vai permitir avanços tecnológicos e atualizações muito mais ágeis que os de uma constelação de satélite convencional, que pode durar 15 anos a renovar.

Um projeto tecnológico chave, um driver e criador de emprego A Enaire e a Indra estimam que o sucesso da Startical vai ter um efeito impulsionador na indústria tecnológica espanhola e promoverá emprego de alta qualificação e valor acrescentado.

De facto,o desenvolvimento deste projeto vai levar à criação de 1440 a 1550 postos de trabalho: 240 cargos diretos altamente qualificados, entre 500 e 550 indiretos e entre 700 e 760 trabalhos relacionados.

Estes números podem vir a triplicar a médio prazo,atingindo 4500 empregos.A empresa criada pela Enaire e pela Indra procura converterse num líder mundial na oferta de tecnologia para a gestão de tráfego aéreo no segmento de satélites, e numa referência em serviços de satélites de vigilância e comunicação de voz e dados.