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Aeroporto de São Tomé: a 1ª nova companhia desde 2016


 

De acordo com o site aeroroutes.com e com o site da ASky, São Tomé receberá a primeira nova companhia aérea no seu aeroporto desde 2016. A ASky, companhia aérea privada Africana baseada em Lomé (Togo), anunciou o início de voos para São Tomé a partir de 15 de Outubro.

Serão três voos por semana com escala em Libreville, no Gabão, operados com um Boeing 737-700, com capacidade para 115 passageiros, 16 dos quais numa classe executiva com poltronas especiais.

Horário dos voos em horas locais:

Trajeto Dia da semana Partida Chegada
Lomé-Libreville 3ª, 5ª, sábado 14h20 17h20
Libreville-S.Tomé 3ªa, 5ª, sábado 18h00 17h45
S.Tomé-Libreville 4ª, 6ª, domingo 07h00 08h40
Libreville-Lomé 4ª, 6ª, domingo 09h20 10h20

 

Esta notícia, além de surpreendente por ser tão “em cima da hora”, consiste numa enorme novidade para o destino: “a última grande companhia a inaugurar voos para São Tomé foi a EuroAtlantic Airways em 2008, a única companhia com voos sem escala entre Lisboa e o arquipélago Africano em aviões wide-body”, recorda Pedro Castro, diretor da SkyExpert, empresa de consultoria especializada em transporte aéreo, aeroportos e turismo.

São apenas três os destinos internacionais servidos à partida de São Tomé: Luanda, Lisboa e Acra. “Ao acrescentar dois destinos, a ASky parece que quase duplica a atual oferta de destinos do aeroporto”, felicita-se, lembrando que, no passado, São Tomé já teve mais ligações diretas regulares do que agora: Praia, Dacar, Abijã, Cabinda, Malabo, Libreville e até Moscovo, no tempo da União Soviética.

Por outro lado, a ASky e o seu acionista e parceiro estratégico, Ethiopian Airlines, otimizaram as partidas e chegadas em Lomé para permitir ligações a vários destinos. Nesse sentido, São Tomé passará a estar conetado com vários destinos Africanos (como Abijã, Adis Abeba, Bamako, Bissau, Cotonou, Dacar, Lagos e Ouagadougou), mas também com N.Iorque e Washington via Lomé.

Pedro Castro, refere ainda dois pontos essenciais desta nova rota que poderão ser melhorados:

1º – A escala em Librevil “Geograficamente falando, os passageiros vão sobrevoar a ilha de Príncipe no trajeto Lomé-Libreville e depois de uma escala de 40 minutos, voltam para trás. Isto mais do que duplica o tempo de voo de um voo direto Lomé-São Tomé. Em vez de 1h30, este voo levará quase 3h30, o que tornará as ligações mais cansativas.

Para se voar entre São Tomé e Bissau, por exemplo, o passageiro fará escala em Libreville, continua para Lomé, troca de avião em Lomé e fará escala em Dacar antes de chegar à capital guineense. É um dia inteiro em viagem mas é melhor do que a alternativa atual que implica, para esse percurso, fazer escala…em Lisboa.

Apesar da ASky voar para Praia, em Cabo Verde, os dias de operação não coincidem, o que revela alguma falta de conhecimento do mercado: esta é, sem dúvida, uma das rotas mais necessárias para a diáspora Cabo Verdiana residente em São Tomé. Por outro lado, a escala de Libreville poderia ser mais bem aproveitada para permitir ligações mais rápidas para Adis Abeba (Ethiopian) e Joanesburgo (ASky).

Já os voos de ida de 5ª feira à tarde passaria para 6ª e os regressos aos domingo de manhã poderiam passar para 2ª feira para melhor aproveitar o fim de semana para o tráfego de lazer, em particular do Gabão e com isso também se assegurariam as ligações de/para Cabo Verde via Lomé.”

2º – A ASky propõe um modelo de operação tradicional, com duas bagagens de 23 kgs incluídas, refeição e bebidas a bordo e “com tarifas como as de antigamente na Europa”. O voo mais barato de ida e volta (40min) para Libreville custará cerca de 350 euro “O projeto de liberalização dos céus africanos (do inglês SAATM) poderá alterar esta situação quando for implementado, mas São Tomé não é um dos países signatários, o que está errado”.

Esta aposta da ASky nos PALOP tem sido notória nestes últimos anos: depois de inaugurar voos para Praia e de Bissau, chegou a vez de São Tomé. Na lista das capitais, falta apenas Luanda e Maputo.

“Tendo em conta que as ligações aéreas entre os PALOP são inexistentes, raras ou pouco frequentes, será que Lomé se vai transformar no “hub” da Lusofonia Africana?”, questiona Pedro Castro.