
A companhia aérea brasileira Azul, fundada por David Neeleman, fez um pedido de reestruturação financeira sob o Chapter 11 dos Estados Unidos, para reduzir a sua dívida.
O pedido de proteção de credores nos EUA, foi aprovado numa reunião presidida por David Neeleman.
A United Airlines e American Airlines vão apoiar financeiramente a companhia aérea brasileira, que assegura que continuará a operar normalmente.
Azul vai avançar com uma reestruturação da dívida de forma a “eliminar 2.000 milhões de dólares em dívidas financeiras, readequar os contratos de leasing e otimizar sua frota, com o objetivo de emergir com maior flexibilidade e sustentabilidade operacional e financeira”, informa a transportadora aérea.
Em comunicado, a Azul indica que, durante o processo do Chapter 11, beneficiará de financiamento de cerca de 1,6 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros), eliminação de mais de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) em dívidas e previsão de até 950 milhões de dólares (836,4 milhões de euros) em novos aportes de capital no momento da saída do processo.
Para esta reorganização, a Azul assinou acordos com “detentores de títulos da companhia”, com a sua maior arrendadora, a AerCap”, que representa “a maior parte das obrigações da companhia com leasing”, e com as companhias aéreas United Airlines e American Airlines, que designa como “parceiros estratégicos”.
Este acordos pretendem “transformar a estrutura de capital da Azul, por meio de redução significativa do endividamento e geração positiva de caixa”, sublinha a companhia aérea em comunicado.
“A Azul continua a voar – hoje, amanhã e no futuro”, garantiu John Rodgerson, CEO da Azul.
O executivo sublinha que a reestruturação financeira pretende “optimizar a estrutura de capital” da Azul que foi “sobrecarregada pela pandemia da covid-19, turbulências macroeconômicas e por problemas na cadeia de suprimentos da Aviação”.
A companhia aérea criou um Comité Independente Especial para acompanhar a reestruturação financeira, que é composto por Renata Faber Rocha Ribeiro, Jonathan Seth Zinman e James Jason Grant, “todos conselheiros independentes da Companhia”, de acordo com um comunicado.
O Comité atuará como um órgão consultivo do Conselho de Administração, com poderes e competência para avaliar, rever, planear, supervisionar negociações e dar recomendações ao Conselho de Administração sobre quaisquer assuntos decorrentes ou relacionados com os procedimentos do Chapter 11 iniciados pela Azul.
A Azul já tinha celebrado, em outubro de 2024, um acordo com um grupo de credores para um financiamento de até 500 milhões de dólares (462 milhões de euros) para reforçar a sua liquidez.
A companhia brasileira tem desde o verão passado um diferendo com a TAP SGPS relativo ao pagamento de uma dívida que a Azul calcula ascender já a 178 milhões de euros. Há cerca de duas semanas foi decretado formalmente o incumprimento por parte da holding atualmente detida integralmente pelo Estado.

