O avião WP-3D Orion “Kermit” (NOAA42), da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), realizou uma das missões mais desafiantes do ano ao voar diretamente para o interior do furacão Melissa, no Atlântico Norte. A operação teve como objetivo recolher dados essenciais para melhorar as previsões meteorológicas e compreender melhor o comportamento deste poderoso fenómeno.
De acordo com a NOAA, o “Kermit” atravessou várias vezes o olho do furacão, enfrentando ventos superiores a 200 quilómetros por hora e condições de turbulência extrema. A tripulação lançou dezenas de sondas atmosféricas (dropsondes), que medem temperatura, pressão, vento e humidade à medida que descem através das camadas da tempestade.
O WP-3D Orion “Kermit” é um avião de investigação especialmente modificado para voar dentro de furacões. Equipado com radares Doppler, sensores de micro-ondas e sistemas de recolha de dados em tempo real, é capaz de operar onde os satélites e radares terrestres não chegam.
Segundo especialistas, as informações recolhidas durante estas missões são cruciais para melhorar as previsões e reduzir a incerteza sobre o impacto das tempestades, permitindo que as autoridades emitam avisos mais precisos e atempados.
Esta missão surge num momento em que a NOAA se prepara para modernizar a sua frota de aeronaves, substituindo progressivamente os WP-3D Orion por novos aviões baseados no Lockheed C-130J Hercules, mais eficientes e com maior autonomia.
Apesar dos riscos envolvidos, as missões do “Kermit” continuam a ser consideradas indispensáveis para a segurança pública e o avanço da ciência meteorológica. O trabalho das equipas da NOAA permite compreender melhor a formação e intensificação de furacões, ajudando a salvar vidas e a mitigar danos em zonas vulneráveis.
“Estas missões são o nosso laboratório no coração da tempestade”, afirmou um dos meteorologistas da NOAA. “Cada voo traz-nos novos dados que nenhum outro instrumento pode obter.”
