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Vários aviões destruídos no Aeroporto Internacional de Cartum, no Sudão


Vários aviões que se encontravam no Aeroporto Internacional de Cartum ficaram destruídos durante um golpe militar em andamento na capital.

Pelo menos um Airbus A330 da Saudia e um Boeing B737 da SkyUp ficaram destruídos devido a incêndios provocados por tiros e explosões.

Um avião da Saudi Airlines, o Airbus A330-300 com a matrícula HZ-AQ30, foi hoje alvejado no aeroporto quando estava prestes a descolar para Riade, mas a tripulação e os passageiros a bordo foram retirados e estão em segurança, segundo a companhia aérea.

Poderá ser este o mesmo avião que ficou destruído, mas para já ainda não há confirmação.

Em comunicado, a Saudi Airlines disse que a tripulação se encontra na embaixada da Arábia Saudita no Sudão e que os passageiros estão bem, ao mesmo tempo em que a empresa ordenou o retorno à origem de todos os aviões com destino ao Sudão devido aos confrontos iniciados hoje de manhã entre o Exército Sudanês e o Apoio Rápido Forças Armadas (RSF), grupo paramilitar.

O tiroteio contra a aeronave ocorreu às 07:00 locais (06:00 em Lisboa), duas horas antes do início dos combates entre as forças opostas.

O presidente do Conselho Soberano do Sudão e líder das Forças Armadas, general Abdelfatah al Burhan, disse hoje em entrevista ao canal de televisão Al Jazeera que “as Forças de Apoio Rápido se infiltraram no aeroporto e queimaram algumas aeronaves”, sem especificar as empresas afetadas.

A companhia aérea egípcia Egyptair também anunciou no Twitter que suspenderá temporariamente os seus voos para Cartum, a partir de hoje e por 72 horas, devido à “situação instável de segurança no Sudão”.

O voo EK262 da Emirates entre São Paulo e o Dubai, operado pelo A380 A6-EUI, teve de divergir para Dar-es-Salaam para reabastecer por forma a evitar o espaço aéreo do Sudão, enquanto o conflito continua.

A meio da manhã de hoje, as RSF (na sigla em inglês) afirmaram controlar o aeroporto internacional de Cartum, o maior do Sudão, informação que Al Burhan desmentiu, acrescentando que o Exército tinha a situação na capital “sob controlo”.

Estes confrontos surgem dois dias depois de o Exército ter alertado que o país atravessa uma “situação perigosa” que poderia conduzir a um conflito armado, na sequência da mobilização das RSF na capital sudanesa e noutras cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas.

Essa mobilização ocorreu durante as negociações para chegar a um acordo político definitivo que pusesse fim ao golpe de 2021 e conduzisse o Sudão a uma transição democrática, pacto cuja assinatura foi adiada duas vezes neste mês justamente por causa das tensões e rivalidades entre os Exército e as RSF.