A NAV Portugal anunciou hoje que controlou pouco mais de 50 000 movimentos entre janeiro e março deste ano. No mesmo período de 2020, a NAV tinha gerido mais de 161 mil voos;
» Queda ainda reflete o efeito da pandemia, já que no primeiro trimestre de 2020 o tráfego evoluiu em condições normais em praticamente todo o período;
» “NAV prossegue atenta e investida na procura de maior eficiência na operação para apoiar da melhor forma a recuperação da aviação”, diz presidente da NAV.
A NAV Portugal geriu 50.728 voos (IFR[1]) no primeiro trimestre de 2021, uma quebra de 68,6% face ao mesmo trimestre do ano passado, período em que foram controlados 161.579 movimentos no espaço aéreo português sob responsabilidade da NAV Portugal.
A variação acentuada no total de movimentos geridos no primeiro trimestre de 2021 deve-se ao facto de este período comparar com os primeiros três meses de 2020, altura em que o impacto da pandemia apenas se fez sentir na reta final do trimestre — as disrupções provocadas pela Covid-19 começaram já no decurso de março de 2020[2].
Apesar da queda acentuada de 68% no total do tráfego gerido pela NAV Portugal entre janeiro e março deste ano, é de destacar que em termos desagregados os efeitos da quebra do tráfego se continuam a fazer sentir com diferentes dimensões em cada uma das regiões de informação de voo[3] (RIV) da NAV Portugal.
Na RIV Lisboa, os profissionais da NAV Portugal lidaram com 33.861 voos IFR no primeiro trimestre deste ano, menos 73% do que os 126 mil registados no mesmo período de 2020. Já na RIV Santa Maria, o recuo ficou-se pelos 52,5%, com os 35 mil movimentos geridos em 2020 a situarem-se em 16,8 mil nos primeiros três meses do ano.
Esta é uma tendência que já se tinha verificado ao longo do ano passado, ainda que de forma menos pronunciada. Em 2020, a RIV Lisboa geriu menos 58,9% de movimentos e a RIV Santa Maria registou um recuo de 53,1%.
O total de voos geridos pela NAV, ou «movimentos», inclui não apenas os voos com origem/destino em aeroportos portugueses, mas também aqueles que sobrevoam o espaço aéreo sob responsabilidade portuguesa – que totaliza mais de 5,8 milhões km2.
Evolução futura: «Ainda muito longe de 2019»
Ainda com a evolução do tráfego nos próximos meses envolta em muita incerteza, é expectável que os números relativos ao segundo trimestre deste ano tragam uma melhoria quando analisados de forma homóloga. Contudo, sublinhe-se, tal ocorrerá essencialmente porque o segundo trimestre de 2020 foi o pior registo de todo o ano passado – o tráfego gerido pela NAV entre abril e junho do ano passado caiu 91,4%.
Assim, e sendo certo que os primeiros dados referentes a abril do corrente ano já mostrem números no «verde» em termos homólogos, tal ocorre graças à reduzida base de comparação e não tanto fruto de uma melhoria expressiva do tráfego. De facto, e apesar de se notar uma evolução favorável nos últimos dias, os números têm permanecido mais de 50% abaixo dos valores de referência de 2019.
Para o Presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, General Manuel Teixeira Rolo, «é cada vez mais evidente que a crise provocada pela pandemia não é algo passageiro, sobretudo no setor da aviação, onde as ondas de choque da interrupção abrupta dos fluxos de tráfego se continuarão a fazer sentir por vários anos. Apesar do tráfego começar a denotar alguns sinais de ténue de recuperação em abril em comparação com 2020, continuamos, e vamos continuar, ainda muito longe dos valores de 2019.»
Por esta razão, assegura, «a NAV Portugal prossegue, por isso, atenta e investida na procura de maior eficiência na sua operação para apoiar da melhor forma a recuperação célere da aviação, tal como tem feito desde o primeiro dia desta pandemia, e sem nunca descurar os mais altos padrões de segurança em todos os voos que controla.»