O Governo anunciou hoje a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores, adiantou o ministro das Finanças, Fernando Medina, no final do Conselho de Ministros.
“Esta é a percentagem mínima” da alienação, destacou.
O governante, que deu conta da aprovação de um diploma neste sentido, indicou que o executivo procura um “investidor de escala” no setor aéreo no contexto da reprivatização da TAP, que voltou à esfera do Estado durante a pandemia.
Também hoje, a Lufthansa manifestou interesse em comprar parte do capital da companhia: “O plano de venda de uma participação na portuguesa TAP é interessante para nós”, defendeu a Lufthansa, numa nota enviada à Agência France Presse (AFP).
A empresa garantiu que as duas companhias podem complementar-se “muito bem, nomeadamente graças à rede de rotas da TAP de e para a América do Sul”.
No que diz respeito à posição do Presidente da República disse que ver se as condições que salvaguardam o interesse nacional na reprivatização da TAP constam do diploma que irá receber do Governo, ou se são remetidas para o caderno de encargos.
“Uma coisa é constar da lei, ter valor de lei, é mais duradouro, é mais forte. Outra coisa é constar de um conjunto de regras administrativas. Portanto, olhando para isso tudo, que significa que não é possível separar uma parte das outras, eu em consciência depois tomarei a decisão”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta a perguntas dos jornalistas, em Oeiras, no distrito de Lisboa.
O chefe de Estado reiterou que quer “ver o que é que na lei fica dito de condições legais de salvaguarda da posição do Estado” em relação à TAP, frisando que aquilo que fica “na lei é mais duradouro e tem outra força”, enquanto “no caderno de encargos tem uma força administrativa, mas não uma força legal”.
Medina garantiu que o vencedor da privatização da TAP não será “simplesmente” o que apresentar a proposta de maior valor, mas sim a melhor a servir o país e a economia nacional.