O SITAVA – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos emitiu, hoje, mais um comunicado realativamente à sua posição sobre a situação na TAP:
“Foi há precisamente um mês, que o SITAVA tomou posição pública fazendo notar que a retoma da operação da TAP estava atrasada em relação ao que já se fazia sentir nas companhias estrangeiras nossas concorrentes.
Se isto era verdade há um mês atrás, que dizer hoje quando a TAP ainda mal descolou da paralisia para onde a atual administração a relegou. É absolutamente indispensável que esta situação mude. E se for necessário nacionalizar a companhia ou mesmo o grupo pois que se nacionalize.
Segundo o Governo, para finalizar o acordo que permite o financiamento à companhia faltará apenas a assinatura do acionista que saiu. Também é do conhecimento público que a Azul, que é simultaneamente acionista e credora da TAP, convocou uma assembleia geral para “aprovar” o acordo, para o dia 10 de agosto. Pergunta-se: Então o Estado Português vai ficar à espera que uns quantos acionistas credores, estrangeiros, decidam o futuro da TAP e das nossas vidas?
Não sendo ainda altura para grandes análises à vida da TAP nos últimos cinco anos, parece-nos já evidente que a “cooperação” com as empresas do acionista que saiu agora, merecem uma rápida revisão. Há medida que se vai mexendo no assunto acentua-se aquilo que se dizia, um pouco em “segredo”, para não ser apontado no mínimo, como pouco alinhado com o projeto.
Fala-se agora, já “alto e bom som”, aquilo que todos sabiam, mas ninguém dizia, dos negócios ruinosos feitos com a Azul, como por exemplo o leasing de aviões, os acordos de codeshare, a joint venture, recentemente assinada, ou o empréstimo obrigacionista de 2016, este último digno de uma qualquer casa de penhores, com todo o respeito que estas nos merecem.
Pasme-se que a Azul subscreveu um dos empréstimos com que os acionistas privados carregaram a TAP quando entraram, no valor de 90 milhões de euros, com juros de 7,5% ao ano a capitalizar, que lhe vai proporcionar no momento do vencimento, em junho de 2026, um encaixe só em juros, de mais de 99 milhões de euros, mais precisamente 99.006.782,00 euros. Sim, só de juros.
A situação tem que se alterar rapidamente. Os trabalhadores têm que voltar aos locais de trabalho e a TAP tem que voltar a voar. Não é aceitável que a companhia se mantenha com uma gestão a prazo que continua a incentivar experimentalismos aventureiristas na direção de Redes e Controlo de Receita, ao contrário daquilo que devia fazer que era colocar voos no sistema para venda.
Por fim deixamos um grande alerta aos trabalhadores. Os Acordos de Empresa estão em vigor e têm que ser cumpridos. Não permitiremos que a empresa, a mando seja de quem for, faça tábua rasa da lei e do AE, seja em que circunstâncias for.
Não permitiremos que, a coberto da grande fragilidade em que pretendem colocar os trabalhadores, ensaiem iniciativas como a tentativa de colocar trabalhadores a trabalhar aos fins de semana e folgas, de “borla” e sem horário de trabalho, com a esmagadora maioria dos trabalhadores em Lay-Off. Manter-nos-emos atentos.”