A NAV Portugal anunciou que arrancaram no início de fevereiro os trabalhos para a substituição da Estação Radar da NAV Portugal no aeroporto de Lisboa, mais conhecida como o «Radar da 2ª Circular», que estava em funcionamento desde 2000 e que agora será dotada de um novo radar secundário com tecnologia MODO-S.
Depois da desmontagem dos radares, nos próximos meses irão decorrer os restantes trabalhos de remoção e tratamento de estruturas e elementos metálicos, impermeabilização e posterior instalação, montagem e teste do novo radar secundário, num projeto desenvolvido pela Direção de Estudos e Projetos, primeiramente pela equipa PROINF responsável pelas infraestruturas da NAV e, posteriormente, pela equipa CNS responsável pelo equipamento RADAR.
A NAV refere que a desativação do «Radar da 2ª Circular» ao longo deste período não tem qualquer impacto na operação já que, fruto da extensa rede de infraestruturas da empresa, nomeadamente os sistemas de Multilateração e os restantes radares mantidos pela empresa, existe redundância na cobertura do território português.
Um radar secundário funciona através do envio de vários conjuntos de impulsos de radiofrequência para o «transponder» presente nas aeronaves que «responde» a estes impulsos com novo conjunto de impulsos que, depois de descodificados, permitem calcular a posição e vários outros parâmetros da aeronave.
Se o radar até aqui existente permitia extrair a identificação, a altitude, velocidade e a direção das aeronaves, o novo radar MODO-S (de «selective») permite uma maior resolução da informação de altitude e maior qualidade na identificação o que, no futuro, permitirá «ler» diretamente da aeronave todos os parâmetros de velocidade, direção e altitude autorizada. O radar MODO-S permite igualmente dirigir perguntas individuais a cada aeronave, uma funcionalidade que implica uma considerável redução da ocupação radioelétrica e consequente redução da poluição radioelétrica na gama de frequências utilizadas, tudo informações apresentadas em tempo real nos ecrãs dos controladores de tráfego aéreo que têm por missão gerir o voo.
O radar secundário tem um alcance teórico de c. 250 milhas náuticas (c. 475 kms) e a sua estrutura elevada é apenas a parte mais visível do complexo conjunto de equipamentos que o constituem – de quadros eléctricos, a geradores de emergência ou equipamentos de ar condicionado que assegurem as características ambientais necessárias para o seu correto funcionamento, até terminais GPS, processadores para digitalizar e processar a informação obtida e equipamentos de comunicação que permitem o envio dos dados obtidos ao respectivo Centro de Controlo Aéreo.
A sua operação depende assim de um conjunto de engenheiros e técnicos especialistas da NAV que, pertencendo a diferentes áreas, asseguram de forma coordenada a manutenção dos melhores parâmetros técnicos e operacionais.
A NAV sublinha que substituição deverá estar concluída no segundo semestre de 2022.