O Conselho de Administração da NAV Portugal assegurou hoje que a empresa não tem qualquer fonte de receitas desde fevereiro, altura em que as companhias aéreas deixaram de pagar taxas, situação que se deve prolongar, pelo menos, até novembro.
“Neste momento, a NAV Portugal não tem uma única fonte de receita. A fonte de receita da NAV Portugal são as taxas que as companhias pagam. As companhias deixaram de pagar em fevereiro deste ano e, portanto, desde fevereiro que não entra um único euro na sua tesouraria por força desta circunstância e não vai entrar até novembro deste ano, que será a primeira vez que as companhias, teoricamente, começarão a pagar essas taxas”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da NAV, numa audição parlamentar na comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território.
As companhias aéreas praticamente paralisaram a sua atividade a partir de março devido ao confinamento para travar a pandemia de covid-19.
Assim, conforme explicou Manuel Teixeira Rolo, a empresa recorreu ao mecanismo de financiamento do Estado.
Este responsável notou ainda que a NAV Portugal tem feito um esforço para responder à capacidade solicitada face ao fluxo de tráfego, o que considerou ser um “desígnio nacional”.
Segundo o presidente da NAV, os movimentos “exercidos, executados e geridos” pela empresa cresceram 41% entre 2015 e 2019.
“Não orientámos as nossas tarefas em função de estudos de viabilidade financeira, orientámos as nossas tarefas em função daquilo que era considerado um desígnio nacional”, notou Manuel Teixeira Rolo, após uma questão colocada pelo PAN, relativa a estudos sobre a viabilidade financeira do projeto de expansão do aeroporto de Lisboa.
Na sua intervenção inicial, o presidente da NAV Portugal já tinha projetado que, caso os aeroportos de Lisboa e Montijo, no distrito de Setúbal, funcionem em simultâneo, podem ser realizados, em 2030 ou antes, 72 movimentos por hora.
O antigo Chefe do Estado-Maior da Força Aérea notou ainda que, em 2019, a NAV bateu recordes diários relativos ao número de movimentos a executar.
“O que fizemos foi criar capacidade em termos de resposta de navegação […]. Nesse sentido, a NAV Portugal iniciou um processo de aquisição de um procedimento de gestão do tráfego aéreo. É um sistema que nos vai permitir dar maior resposta e uma resposta mais flexível para o que possa ser essa demanda”, concluiu.