A Lufthansa, o maior grupo europeu de transportes aéreos, anunciou um prejuízo recorde de 6,7 mil milhões de euros em 2020, devido ao impacto da pandemia.
O Grupo prevê também um ano de 2021 no ‘vermelho’, também devido à pandemia de covid-19, que mergulhou o setor da aviação numa crise sem precedentes.
A Lufthansa, que operava com apenas 31% da sua capacidade no ano passado, reviu em baixa a sua previsão de procura para 2021, por causa de uma recuperação mais lenta nas viagens.
A companhia aérea alemã só espera um regresso a 90% da oferta, em relação aos níveis de 2019, em “meados da década”.
Para a Lufthansa, tal como para o resto do setor, a perspetiva de retoma progressiva nas férias de verão de 2020, numa altura de abrandamento da pandemia na Europa, desvaneceu-se perante o recrudescimento da doença e novas restrições às viagens, a partir do outono.
A Lufthansa espera este ano atingir entre 40% a 50% da oferta, revendo em baixa a previsão anterior, de até 60%.
O grupo disse ainda assim estar preparado para picos de até 70% no próximo verão, “quando as restrições às viagens forem reduzidas, com a difusão de testes e vacinas”, disse o presidente executivo (Chief Executive Officer) do Grupo Lufthansa, Carsten Spohr.
De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), a Lufthansa tem de atingir 50% do nível pré-crise para regressar a um fluxo de tesouraria positivo.
Cerca de 30.000 postos de trabalho estão em risco na empresa, que, no entanto, chegou a acordos com os sindicatos para evitar despedimentos até março de 2022.
O grupo deverá também dispensar cerca de 150 aviões da frota, numa altura em que 500 das 800 aeronaves se encontram imobilizadas.
Em junho de 2020, a Lufthansa beneficiou de um vasto pacote de resgate de nove mil milhões de euros pelo Governo alemão, que assumiu uma participação de 25% no capital da empresa, tendo utilizado até agora 3,3 mil milhões de euros.