
O heliporto do Hospital S. João, no Porto, está pronto desde novembro, mas para ter a autorização para passar a receber voos de emergência médica emitida pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) vai precisar de requalificar as áreas verdes junto ao equipamento.
A intervenção, que vai arrancar de imediato, deverá durar entre “quatro a cinco meses”, de acordo com Jorge Sousa, diretor do Serviço de Instalações e Equipamentos.
Segundo explicou o técnico, “um heliporto médio tem de ter dois cones de aproximação e, por conta disso, já foi preciso “subir a pista a seis metros de altura, já foi desviada uma linha de alta tensão e duas torres de comunicações”, faltando agora “a requalificação da massa arbórea, de modo a torná-la compatível exatamente com os cones de aproximação”.

Isto vai obrigar a que algumas árvores sejam podadas, outras transplantadas e outras mesmo cortadas, em virtude de haver uma série delas “com patologias”. Aliás, durante o inverno aconteceram “várias quedas de árvores”, referiu Jorge Sousa.
“Estamos a tentar transformar uma condicionante numa oportunidade. Temos uma mata que nasceu com o hospital e é muito pouco utilizada, uma mata algo desregrada que vamos transformar num jardim mais urbano e aberto.
Serão plantadas “mais de 400 árvores e mais de 6.000 espécies arbóreas”, criadas zonas de circulação novas, um jardim de biodiversidade na parte nascente do hospital, enquanto o jardim da ala psiquiátrica terá valências para a saúde mental.
Jorge Sousa vincou que esta “mudança do conceito de jardim” – que abrange uma área de quase 16.000 metros quadrados e será visível sobretudo na frente do hospital – está a ser articulada com as instituições vizinhas, nomeadamente com a Escola Superior de Enfermagem.
Já o diretor clínico do hospital, Roberto Roncon, falou da importância do heliporto, lembrando “os estudos que demonstram que mesmo quando há helitransporte, mas o heliporto está deslocado do perímetro do hospital, acrescentando-se a transferência em ambulância, isso pode implicar mais complicações clínicas e complexidade logística, porque são necessárias duas equipas de transporte, a do heli e a da ambulância”.
“Esta infraestrutura vai ajudar-nos a salvar vidas”, resumiu, lembrando que é neste hospital que está sediada a urgência metropolitana de pediatria, bem como o maior centro de ECMO (xigenação por membrana extracorporal) do país, entre outras valências como uma unidade de grandes queimados ou uma de transplantação.
Atualmente, quando é necessário helitransporte para o Hospital de São João, é acionado o do Pedro Hispano, em Matosinhos, a cerca de sete quilómetros de distância, sendo o percurso de oito a 10 minutos completado de ambulância.
O heliporto do São João – destinado a helicópteros de emergência médica, disponível 24 horas por dia, 365 dias/ano – foi construído a seis metros de altura de modo a permitir uma ligação direta e por manga fechada aos serviços de urgência de adultos e de pediatria, bem como para evitar os constrangimentos inerentes ao movimento das pás e do vento.
Financiado em 1,5 milhões de euros, este projeto é cofinanciado pela União Europeia, através do Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

