Em declarações à Lusa, o Grupo SATA admitiu esta sexta-feira, 6 de março, que a “contenção nas deslocações”, devido ao surto de Covid-19, terá “repercussões comerciais” na companhia, mas considerou que ainda é prematuro avançar com números.
“Para já, ainda será prematuro fazer um balanço comercial, considerando que não voamos para zonas que estejam referenciadas como zonas de contágio”, indicou a fonte oficial da SATA à Lusa, reconhecendo, no entanto, que a “contenção nas deslocações” de passageiros “terá repercussões comerciais na atividade” da empresa.
“Neste momento ainda não nos é possível informar, com detalhe, a este respeito”, concretizou a mesma fonte.
No mesmo dia o Grupo SATA lançou uma nota informativa sobre as disposições gerais sobre os procedimentos adoptados em relação ao Coronavírus COVID-19:
As companhias aéreas do Grupo SATA, SATA Air Açores e Azores Airlines, informam que têm estado permanentemente a acompanhar a evolução do surto do novo Coronavírus Covid-19 e que implementaram todas as recomendações emanadas pelas Direções de Saúde (Regional e Nacional), bem como pelas entidades competentes, designadamente, a entidade aeronáutica nacional, ANAC, a IATA (Internacional Air Transport Association), pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo European Centre of Disease Prevention and Control.
Neste contexto, quando confrontadas com a confirmação de que transportaram um passageiro suspeito ou infetado por Coronavírus, são desencadeados os procedimentos que foram estabelecidos, designadamente a identificação da zona em que viajou o passageiro, por forma a isolar o perímetro de contágio.
No seguimento desta identificação, é remetida à entidade de saúde competente a lista de passageiros que viajam junto ao passageiro referenciado. Do ponto de vista da tripulação, são igualmente identificados os elementos que asseguram o voo, por forma a que se estabeleça um contacto rápido com a autoridade de saúde. Em terra, em colaboração com as entidades aeroportuárias e Direção de Saúde, são rastreados os prováveis pontos de contacto, por forma a informar os colaboradores que possam ter estado próximos do passageiro infetado. Estas medidas são sempre coordenadas de acordo com o plano de contingência do Grupo SATA, seguindo as suas orientações e os procedimentos que foram previamente definidos pelas autoridades de Saúde.
Nos casos em que a suspeita de passageiro infetado se revele a bordo, durante o voo, os tripulantes de cabine estão devidamente instruídos e preparados, tendo sido reforçado o procedimento operacional em virtude do novo surto de Coronavírus. Todas as aeronaves foram munidas de Kits de prevenção que acrescem aos Kits de primeiros socorros que já existem a bordo. Foram reforçados os meios necessários para proteger os restantes passageiros e tripulantes.
Quando detetado um caso suspeito a bordo, o Comandante informa o aeroporto de destino, por forma a que sejam tomadas as medidas previstas, em articulação com a entidade aeroportuária e as autoridades de saúde do respetivo aeroporto de destino. Nestes casos, está igualmente estabelecido um procedimento mais específico para limpeza e desinfeção da aeronave, com maior incidência em zonas de contacto direto com o passageiro, que se realiza, preventivamente, perante suspeita, de acordo com as instruções emanadas pelas entidades internacionais competentes.
Paralelamente, as companhias aéreas, em cooperação com as entidades de saúde, têm disponibilizado e atualizado a informação aos seus passageiros, através dos meios habituais de comunicação, designadamente o site de reservas das transportadoras e a bordo das aeronaves, por forma a sensibilizar para a necessidade de observar as regras simples de proteção individual, que devem ser adotadas.