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Governo tanto pode vender 51% da TAP como “muito mais”


 

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse hoje que o Governo tanto pode vender 51% do capital da TAP, como “muito mais”, dependendo das propostas, e que, em teoria, é possível que se salvaguarde melhor o interesse estratégico vendendo 80%.

“O Governo tanto pode vender 51% como muito mais do que 51%, depende das propostas que forem feitas. É perfeitamente possível, em teoria, que se salvaguarde melhor o interesse estratégico vendendo 80%, do que apenas 51%, porque depende da proposta”, afirmou João Galamba, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, sobre o anúncio da privatização da TAP.

Em resposta à deputada Isabel Pires, do Bloco de Esquerda (BE), para que o ministro explicasse como é que o Governo vai efetivamente garantir o interesse estratégico do país se vender perto de 100% da TAP, o ministro das Infraestruturas repetiu os exemplos de fusões de companhias europeias em que os respetivos governos (espanhol, francês, holandês e irlandês) garantiram os interesses estratégicos de cada país, nomeadamente através da manutenção dos ‘hub’ (aeroporto que serve como centro de distribuição de passageiros).

“Parece que todos os processos de privatização são horríveis por definição. Não, não têm de ser”, respondeu Galamba à deputada bloquista.

O Governo anunciou, em 28 de setembro, a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores, e quer aprovar em Conselho de Ministros até ao final do ano, ou “o mais tardar” no início de 2024, o caderno de encargos da privatização, esperando ter a operação concluída ainda no primeiro semestre do próximo ano.