Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Pedro Nuno Santo admitiu ser “difícil” o início das obras do aeroporto do Montijo ainda este ano, mas ressalvou que Portugal não pode prescindir de aumentar a capacidade aeroportuária em Lisboa.
As crises também podem ser oportunidades e o Governo pretende aproveitar o momento para melhorar os projetos aeroportuários previstos para a região de Lisboa, recuperando atrasos. “A crise pandémica afetou de forma avassaladora todos os setores e, de forma especial, o da aeronáutica. A recuperação da aviação e o regresso ao volume de passageiros pré-covid demorará algum tempo”, começa por indicar o documento das Grandes Opções do Plano 2021-2023 (GOP 2021-23), a que o Dinheiro Vivo teve acesso.
“Esse período – ainda imprevisível – deve ser utilizado para recuperar o atraso que Portugal registava na oferta adequada da capacidade aeroportuária de Lisboa, fundamental para a sua economia, desenvolvendo e melhorando o projeto do novo aeroporto do Montijo e das obras no Aeroporto Humberto Delgado”, acrescenta.
A pandemia desviou a urgência no arranque das obras do novo aeroporto de Lisboa situado na margem sul do Tejo, mas o ministro das Infraestruturas já veio defender que o projeto é para avançar.
“Nós estamos a passar por uma situação muito particular, mas que não vai durar para sempre, e no dia em que nós voltarmos a ter procura, temos que ter capacidade de resposta, que nós já não tínhamos”, afirmo Pedro Nunes.
No início de janeiro do ano passado, a ANA e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para ampliar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.