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Governo envia para o Ministério Público auditoria sobre compra de aviões pela anterior administração


 

O Governo remeteu para o Ministério Público uma auditoria feita ao negócio de compra de novos aviões pela TAP após a entrada de David Neeleman no capital da companhia aérea. A revelação foi feita esta quarta-feira por Pedro Nuno Santos no Parlamento, durante a audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação sobre a privatização da TAP.

O ministro das Infraestruturas e Habitação criticou o processo de reprivatização da companhia em 2015, feito pelo Executivo de Pedro Passos Coelho. “O PSD quando foi Governo vendeu a TAP por dez milhões, responsabilizando-se por dívidas passadas e futuras”, começou por dizer Pedro Nuno Santos. “O acionista privado injetou 224 milhões na TAP. O que os senhores não explicaram ainda é se houve uma capitalização ou um endividamento maior do que esta capitalização”, acrescentou mais tarde.

O antigo acionista privado da TAP, David Neeleman, renegociou o contrato da TAP com a Airbus para a compra de 12 aviões A350, alterando a encomenda para a aquisição de cerca de 50 aeronaves A320 neo e A330 neo. Segundo noticiou o semanário Sol em junho de 2019, o empresário recebeu 70 milhões de euros da Airbus pela alteração, dinheiro que terá usado para adquirir a participação de 61% na companhia, através da Atlantic Gateway.

David Neeleman entrou no capital da companhia portuguesa durante a reprivatização levada a cabo pelo último Governo do PSD, em 2016. A Atlantic Gateway, o consórcio por si liderado e que integrava também Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, ficou com 61% da TAP.

O empresário brasileiro abordou o negócio numa entrevista à revista Visão. “O que eu fiz foi ir à Airbus e dizer que não queria os A350, porque não faziam falta à TAP. Mas queria os A330 e os A321 LR (Longo Alcance) porque são mais rentáveis. A TAP pode, com os A321 LR, voar para Toronto, Boston, Nova Iorque e até Chicago, com custos mais baixos”, afirmou David Neeleman. “Eu não tirei nada da TAP. Estou a trazer este valor todo e não posso tirar um cêntimo enquanto a dívida bancária da TAP não estiver toda paga”, acrescentou.