Recentemente numa entrevista ao Diário de Notícias o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves indicou que a Força Aérea Portuguesa está em “transição” do caça F-16 para o F-35Lightning II, aeronave de 5ª geração da Lockheed Martin.
A afirmação surge quando questionado porque é que Portugal não é dador de aeronaves para a Ucrânia: “Nós não somos dadores de aeronaves F-16. Porque estes países transitaram do F-16 para o F-35. Nós ainda não. Nós tínhamos 40 F-16 e capacitámos a Roménia, a quem vendemos 12 aeronaves nossas. As 28 que temos são as que necessitamos para cumprir os compromissos que temos. E não as podemos ceder enquanto não fizermos essa transição para os F35.
E, obviamente, o processo fundamental de transição para o F-35. É algo que está a decorrer, mas não é num dia que se faz. Esse processo já começou. Tivemos aqui um workshop com a Lockheed e com a Força Aérea Americana para nos capacitarmos também do que é que é esse salto para a quinta geração.
É um programa que orçará 5,5 mil milhões, eventualmente. E não é um programa que é pago num ano, estamos a falar de um programa a 20 anos. É um valor que, à primeira vista dizemos que é um valor altíssimo, mas se depois fizermos a decomposição ao longo do período dos 20 anos que é necessário, e que só recebemos o avião a partir do sétimo ano, vemos que, obviamente, é um programa adequado e em que o esforço logístico deste programa é praticamente dividido por toda a Europa futuramente. ”
A título de curiosidade o Lockheed Martin F-35 Lightning II ou F-35 Joint Strike Fighter é um caça multifunção supersônico furtivo (stealth) de quinta geração, que foi desenvolvido para satisfazer as necessidades dos governos dos Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Noruega, Turquia e de outros compradores, como Israel.
O F-35 foi concebido como projeto de três caças de quinta geração, CTOL F-35A JSF, STOVL F-35B JSF, CV F-35C JSF, de relativo baixo custo, para a Marinha, Força Aérea e Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, pois englobar três aeronaves num mesmo projeto atenuou os elevados custos de desenvolvimento comparado aos três separados. No entanto, devido a sucessivos problemas de desenvolvimento, o objetivo de baixo custo não foi atingido.
As principais armas são transportadas em compartimentos internos, para um elevado grau de discrição. Mas armas adicionais podem ser transportadas externamente, em missões em que a furtividade não é necessária.
Desde que foi concebido, o F-35 tem se envolvido em controvérsias. Atrasos, aumento nos custos de desenvolvimento (projetados inicialmente em 59 bilhões de dólares) e problemas no projeto em geral mancharam a reputação do caça, que deveria ser uma alternativa mais barata ao caríssimo F-22. O custo de desenvolvimento, construção e manutenção rondou perto dos US$ 400 bilhões de dólares, sendo o projeto de armamento mais caro da história.
Em 2015, após quinze anos de desenvolvimentos, o primeiro esquadrão de F-35 foi liberado para o serviço ativo na Força Aérea dos Estados Unidos.
Está programado que esta aeronave permaneça no serviço ativo até 2070.
Até janeiro de 2024, mais de mil F-35 foram construídos pela Lockheed Martin. Apesar do custo do projeto e problemas no desenvolvimento, a aeronave provou ser um sucesso de vendas e é elogiada pela sua performance, alta tecnologia e manobrabilidade, sendo o caça furtivo de maior sucesso do mundo, em termos de produção e utilidade.