A Air France anunciou que vai pôr em prática um plano de rescisões voluntárias de até 465 postos de trabalho em terra em França e reduzir em 15% a sua capacidade em voos domésticos, para estancar perdas que estima em 717 milhões desde 2013.
A companhia, que revelou ter perdido na rede doméstica 189 milhões de euros em 2018, quase o dobro da perda de 2017 (96 milhões), aponta como causas da ‘sangria’ na rede doméstica o desenvolvimento dos caminhos de ferro e das low costs, reclamando que em ambos os casos é penalizada por factores não concorrenciais.
No caso dos comboios, pelos apoios que a ferrovia tem do Governo, nomeadamente pela isenção de taxas e impostos, e no segundo porque podem reduzir custos de pessoal baseado em mercados onde os custos são mais baixos, enquanto a Air France tem toda a gente baseada em França.
A Air France garante que ainda assim não vai ‘forçar’ saídas e que novos talentos, incluindo pilotos, tripulantes de cabina, técnicos de manutenção e engenheiros, vão entrar este ano para a companhia para suportar o seu crescimento, acrescentando que simultaneamente tem que garantir “equilíbrio” em alguns sectores “para garantir a sua viabilidade a longo prazo”.
E o CEO do grupo Air France KLM, Benjamin Smith, citado no comunicado sobre as medidas a implementar, garante o empenho da Air France na sua rede doméstica, salientando que assegura a ligação das regiões francesas com o mundo.
“Num mercado fortemente competitivo, estamos totalmente empenhados em defender um mercado doméstico que é vital para a Air France e também, mais globalmente, para o Grupo Air France KLM”, diz uma declaração de Benjamin Smith citada no comunicado.
A imprensa francesa realça no entanto o facto de o comunicado não fazer referência à low cost do grupo, a Transavia, que alegadamente tem sido desenvolvida para ‘dar luta’ às low cost, nos mercados de voos de curto e médio cursos.