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Aeroporto Internacional de Faro passou a chamar-se Aeroporto Gago Coutinho


 

O Aeroporto Internacional de Faro passou a chamar-se Aeroporto Gago Coutinho em homenagem ao navegador e almirante nascido em São Brás de Alportel, no Algarve.

“O Governo presta, assim, homenagem ao almirante Gago Coutinho, natural de São Brás de Alportel, no distrito de Faro, quando se assinala o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, uma das maiores proezas da história da navegação aérea”, disse o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas.

A proposta, aprovada em várias assembleias municipais de autarquias do Algarve, surgiu de um movimento de cidadãos que considerava que a estrutura, inaugurada em 1965, deveria ter o nome do almirante que, em 1922, em conjunto com o aviador Sacadura Cabral, fez a primeira travessia aérea do Atlântico Sul no hidroavião Lusitânia.

Em Fevereiro de 2020, a Assembleia Municipal de São Brás de Alportel, de onde a família do antigo oficial da Marinha é natural, aprovou por unanimidade uma moção na defesa da atribuição do seu nome ao Aeroporto Internacional de Faro.

A cerimónia oficial de redenominação do aeroporto foi presidida por António Costa, numa celebração que contou com as presenças do ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, dos chefes de Estado Maior da Armada, Força Aérea e Exército, autarcas e titulares de cargos políticos da região e entidades nacionais da aviação civil e comercial.

Na cerimónia também estava presente, na placa do aeroporto, o novo avião militar C390 Millenium da empresa brasileira Embraer que em outubro iniciará operações em Portugal, para as Forças Armadas.

“A presença nesta cerimónia de uma aeronave C390 igual às cinco que a partir de outubro começarão a chegar anualmente […] é um exemplo de como podemos e devemos potenciar a amizade” entre os dois países, disse o chefe do executivo português.

António Costa explicou que a construção daquela aeronave resultava de uma “parceria única entre Portugal e o Brasil”, com “partes importantes” do avião a serem produzidas no país europeu para depois serem montadas no país sul americano.

“É um exemplo de como juntos podemos voar para todo o mundo”, realçou o primeiro-ministro, acrescentando que a “renovação da frota de transporte aéreo estratégico” é um dos “projetos estruturantes em que Portugal e o Governo apostam para modernizar as Forças Armadas”.

Foto: Paulo Vaz Henriques

“Pretende-se prestar homenagem ao passado e perspectivar o futuro, com a atribuição ao equipamento de maior relevo para o turismo e para a abertura ao mundo da região algarvia, de um nome de patrono com raízes familiares que ascendem a terras algarvias e cujo mérito transcende as fronteiras do país para abraçar o mundo”, lê-se no documento.

Para a travessia, realizada há exactamente 100 anos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral testaram um processo inovador para conhecerem a posição de uma aeronave em alto mar, baseando-se nas técnicas de navegação astronómica usadas a bordo dos navios. Para a observação da altura dos astros usaram o sextante, no entanto, para poderem observar os astros em situações em que a linha do horizonte não estivesse visível, Gago Coutinho adaptou um sistema de horizonte artificial a um sextante clássico, aparelho que viria a ser usado para a navegação aérea nas décadas seguintes.

Nascido em 1869, Carlos Viegas Gago Coutinho foi nomeado director honorário da Academia Naval portuguesa em 1926, e distinguido como piloto aviador, tendo-se retirado da vida militar em 1939. Viria a morrer em 1959, tendo ficado conhecido internacionalmente pela primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que ligou Lisboa ao Rio de Janeiro, no Brasil.